Niall’s POV
Entrei no X-Factor porque meu sonho é
ficar famoso como o Justin Bieber. Eu amo cantar e tocar violão. Mas vai ser
difícil me concentrar com uma garota no mesmo quarto que eu. E ela é linda.
Tenho que admitir. Nunca fui muito namoradeiro, mas ela me chamou a atenção. Eu
estava torcendo para ficar no mesmo quarto que o Louis porque eu conheci ele
durante as audições e achei que era um cara muito legal e engraçado. Seria
divertido se eu pudesse ficar no mesmo quarto que ele. Louis estava sempre
tentando me fazer rir. Mas vou ter que me contentar em ficar no quarto 208 com
essa menina... Qual é mesmo o nome dela? Ah, a Jasmine. Pois é, vai ser legal,
mas extremamente difícil já que eu sou um pouco tímido com as meninas e ainda
mais com as bonitas.
Me conformei com aquela situação e
voltei ao lugar onde estavam as malas para pegar as minhas e levar ao andar de
cima. Subi as escadas em espiral e cheguei ao segundo andar. Abri a porta do
meu quarto e enxerguei duas camas de solteiro, uma em cada canto do quarto. As
paredes eram de um azul-escuro e havia dois bidês de cada lado das camas com
abajures. Um pequeno armário que eu, provavelmente, teria que dividir com a
garota. Ventilador de teto e um pequeno refrigerador como naqueles quartos de
hotéis. Aliás, parecia um quarto de hotel. Bem simples para uma casa tão
luxuosa como essa. Percebi que a Jasmine ainda não estava ali e fui guardando
as minhas coisas nos armários e gavetas. Coloquei meu violão em um canto e
continuei arrumando o quarto. Tirei minha almofada de um trevo de 4 folhas da
mala e coloquei na minha cama. É pra dar sorte. E eu tenho desde pequeno,
então... Terminei de arrumar todas aquelas coisas e peguei o violão pra tocar
um pouco.
Jasmine’s POV
Harry não parava de encher a minha
paciência pra gente trocar de quarto e ficarmos no mesmo. Eu fiquei dando
desculpas furadas, mas a verdade é que eu preferia ficar no quarto com o loiro,
vulgo Niall, do que o Harry, vulgo tarado. Finalmente, convenci o Harry de que
não precisávamos ficar no mesmo quarto. Disse que ele podia ir lá me visitar
quando quisesse. E ele aceitou.
Me despedi e disse que ia lá para o meu
quarto organizar as coisas. Peguei as minhas malas e subi as escadas
rapidamente. Quando estava perto do quarto 208, fui caminhando mais lentamente
enquanto escutava um violão. Abri a porta do quarto e fiquei de boca aberta
quando vi Niall com um violão. Deixei as coisas caírem no chão.
- Eu não sabia que
você tocava violão. – e continuei com aquela cara de tapada na porta do quarto.
- Eu toco desde os
meus 8 anos de idade. Meu pai me deu porque eu sempre pedi pra ele que me
desse. – ele falou aquilo de um jeito tão fofo. Aliás, ele é fofo.
- Own, eu adoro
meninos que sabem tocar violão. – ele corou um pouco – Você pode tocar alguma
música pra mim?
- É, acho que não.
Eu não toco muito bem e não costumo tocar para as pessoas. – ele foi ficando
cada vez mais corado.
- Ah, vai. Por mim.
– me ajoelhei fazendo beicinho e unindo as mãos em súplica.
- Tá bom, mas só
um trechinho de uma música. – eu sorri escandalosamente e levantei para fechar
a porta. Sentei na cama ao lado dele, quando Niall começou a tocar. Logo
reconheci pela batida que tinha no início. “I’m Yours”. (http://www.youtube.com/watch?v=2v1V-QQIQ0s). Eu amava essa música. Mas quem não gosta, né? Fiquei curtindo o som
enquanto ele tocava e admirando aquele rostinho fofo e as bochechas rosadas
dele. Que vontade de apertar. Vai ser até bom dividir o quarto com ele se não
for sem-vergonha que nem o Harry. Mas pelo que eu vi até agora, ele não é.
Quando parou de cantar e tocar, me olhou querendo saber qual foi a minha
reação.
-Niall, se isso é
“não saber tocar” eu nem imagino o que é “saber tocar”. Eu sempre tive vontade
de aprender violão, mas meu pai nunca comprou um pra mim, então... – eu falei,
meio triste.
- Sério? Bom, se
você quiser eu posso te ensinar. Nós vamos ter um bom tempo juntos até a
apresentação na fase do bootcamp. – ele abriu um sorrisão. Agora sim começou a
ficar animado.
- Você me
ensinaria mesmo? Ai, eu não tô nem acreditando. – provavelmente, meus olhos
estavam brilhando nesse momento.
- Claro que sim. E
você escolhe a música. Pode ser a que você iria apresentar. Assim, você já
apresenta com violão.
- Eu ainda não
tinha escolhido nenhuma música para essa fase. Mas eu gostaria muito se fosse
I’m Yours.
- Jura? Você gosta
dessa música? Eu não sabia... – Niall perguntou, se animando cada vez mais.
- Sim. Todo mundo
gosta. Mas você não se importa? Quer dizer... Você não ia tocar ela na fase
bootcamp?- perguntei porque seria horrível da minha parte roubar a música do
Niall.
- Não, eu não me
importo. Eu tenho outra música preparada. – Niall disse enquanto sorria de
orelha a orelha.
- Tá, então deixa
eu organizar as minhas coisas e depois começamos a “aula”. – Não sei quem
estava mais feliz. Se era eu ou ele.
Depois de guardar
direitinho todas as minhas roupas e produtos de higiene no quartinho minúsculo
e no banheiro menor ainda (sim, era uma suíte), eu percebi que Niall já
esperava sentando na cama pacientemente.
- Deu? – ele
perguntou.
- Peraí. Deixa eu
guardar só mais esse casaco aqui e... deu, prontinho. Podemos começar. – falei
isso e pulei na cama no espaço que tinha ao lado dele. – E aí? Acho melhor
começar pelas coisas básicas porque a única coisa que eu sei é como segurar o
violão. – ele gargalhou. Aquela risada fofa que eu já tinha ouvido na sala das
audições. Pode tanta fofura numa pessoa só?
- Tá, então
segura. – e passou o violão pra mim. Eu coloquei ele pendurado no meu pescoço
pela faixa.
- É assim, né? –
perguntei.
- Sim, só,
peraí... – Para não ficar estranho, Niall se ajoelhou atrás de mim. Colocou os
braços envolta do meu pescoço, pegando as minhas mãos e colocando-as exatamente
onde tinham que ficar. – Deu, agora sim. – e exibiu um sorriso vitorioso que eu
pude ver pelo canto do olho enquanto ele apoiava o queixo no meu ombro.
Niall foi me
ensinando as notas básicas e que eu peguei rapidamente. Não era tão difícil. Eu
percebi que ele já estava cansando de ficar de joelhos atrás de mim.
- Não quer sentar?
Você deve estar cansado. – eu perguntei, olhando pro rosto dele.
- Pode ser. – ele
começou a se ajeitar ao meu redor. Passou uma perna de cada lado do meu corpo.
Essa posição poderia insinuar algo, mas foi a melhor que encontramos para que
ele me ensinasse a tocar violão. Depois de aprender as notas básicas, Niall me
passou todas as que entrariam na música escolhida. Foi mais fácil porque eu já
tinha aprendido. Então, ele começou a me ensinar o ritmo da música. Eu estava
começando a me sentir um pouco desconfortável naquela posição. Eu precisava
apoiar as costas em algum lugar, então decidi apoiar no peito do Niall mesmo. Sem
segundas intenções. Mas foi só eu fazer isso que senti algo duro roçando na
minha bunda. O quê era aquilo? Será que Niall tinha ficado excitado só por eu
ter encostado mais nele. Eu só queria ficar mais confortável. Enquanto pensava
no que poderia fazer ou falar naquele momento, a porta foi aberta com um
estrondo, fazendo eu e Niall olharmos para quem estava imobilizado ali nos
olhando. Logo relacionei a pessoa na porta com o menino nojento que estava com
Niall na sala das audições. Aquele que não parava de me encarar. Por um
momento, uma tensão tomou conta do ar. Louis foi o primeiro a quebrar o
silêncio:
- O que vocês
estão fazendo? – ele perguntou.
- Bom, antes de
você entrar aqui nós estávamos tocando violão. Só que, como já deu pra
perceber, fomos interrompidos por você. – levei uma mão ao ar para indicar que
ele tinha nos atrapalhado. Desencostei do peito de Niall e continuei encarando
Louis com aqueles olhos azuis dele. Niall continuou quieto. – E o que “você”
está fazendo aqui? – dei ênfase no você.
- Procurando
Niall. Quero falar com você, bro. – Louis direcionou seu olhar para o menino
calado atrás de mim.
- Ãhn, claro. Me
dá licença, Jasmine? – ele perguntou, fazendo menção de se levantar.
- Pode me chamar
de Jas. – tirei o violão dos meus ombros e coloquei em cima da cama enquanto me
levantava. E quando Niall se levantou, bom, foi aí que aconteceu o inesperado.
Dava para ver nitidamente o volume no meio das suas pernas. Eu dirigi meu olhar
até lá embaixo e, infelizmente, Louis percebeu e olhou também.
- Mas o quê é
isso, Niall? Vocês estavam só tocando violão mesmo? – Louis fez voz de
debochado enquanto apontava para as partes baixas do garoto. Esse menino não
tinha limites mesmo. Tadinho do Niall. Eu que provoquei, ele não tinha culpa.
O menino
desconcertado olhou para baixo e percebeu porque Louis tinha se alterado e
porque nós encarávamos aquela parte do corpo dele. Olhou para trás e encontrou
a sua almofada, puxando rapidamente e tapando aquela parte. Suas bochechas
estavam tão vermelhas que pareciam ter sido queimadas pelo sol. Eu fiquei
indignada por Louis ter sido tão insensível. Então, caminhei com passos firmes
até o idiota parado na porta, olhei bem pra ele e falei:
- Você não tem
nada a ver com isso. Vamos começar pelo fato de você ter entrado sem bater. Seu
mal-educado. – ele me olhou e levantou as duas mãos no ar tentando se
desculpar. Ou sendo idiota outra vez.
- Ui, me desculpe,
senhorita delicada. Da próxima vez eu bato, então. Aí eu me poupo de ver essa
cena. – e apontou para a almofada do Niall, mais precisamente para o quê ela
escondia.
Agora eu me
irritei de vez com esse garoto. Comecei a dar tapinhas fracos nele
repetidamente e gritar para que saísse dali.
- Seu idiota.
Ninguém lhe deu permissão de entrar no meu quarto assim. Não volte nunca mais.
– por fim, ele cedeu e saiu correndo. Quando já estava longe ouvi ele gritando:
- Só não esqueça
que o quarto é do Niall também. – eu dei um passo para trás e bati a porta com
força. Espero que ele tenha escutado para saber o tamanho da minha raiva. Me
afastei da porta e sentei na minha cama dessa vez. De frente para a cama do
Niall. Ele ainda estava vermelho e se recuperando desse trauma. Quando percebeu
que eu o observava, colocou os cotovelos nos joelhos, juntos as duas mãos e
abaixou a cabeça para não ter que me encarar.
- Desculpa. Eu não
sabia que isso tinha acontecido. E... – Niall parou de falar quando eu o
interrompi.
- Shhhh, não
precisa se desculpar. Isso acontece e não foi culpa sua. A culpa é daquele
grosso do Louis que entrou sem bater. Eu estou brava com ele e não com você. –
levantei da minha cama e caminhei até ele. Me ajoelhei no chão e levantei a sua
cabeça devagar. Ele não estava mais corado. Estava sorrindo sem mostrar os
dentes. Levantei enquanto pegava as suas mãos e o levava junto comigo. Nossos
olhares se cruzaram e eu trouxe ele para um abraço apertado. – Você é meu
amigo, Nini. – decidi chama-lo assim, já que ele me chamaria de Jas. Eu conheci
esse menino hoje mas já me afeiçoei a ele. Tão fofo, tão lindo, tão cuidadoso,
tão tímido, tão bondoso. Parecia um ursinho de pelúcia que eu tinha o dever de
cuidar.
- Obrigada, Jas...
Depois continuamos nossa aula, pode ser? – ele se afastou um pouco, me
segurando pelos ombros.
- Claro. Aonde
você vai? – perguntei, estranhando.
- Tenho que
resolver umas coisas com o Louis. – agora eu compreendi.
- Okay, então. Vai
lá. – e beijei a bochecha rosada dele.
Niall’s POV
Fiquei meio
abalado depois desse beijo da Jasmine, mas não demonstrei. Saí daquele quarto
calmamente e só quando cheguei ao corredor, passei a mão pelo meu rosto
sentindo o local que ele tinha beijado. Tão doce. Dei sorte de ficar no mesmo
quarto que ela. Pensando bem, melhor do que o Louis. Falando nele, tenho que
resolver algumas coisas com aquele traste. Caminhei um pouco pela casa até
encontrar o Louis no meio de um grupo de garotas, contando piadas,
provavelmente, já que todas riam como gralhas exaltadas. Não quis nem saber.
Estava com raiva dele mesmo. Usei essa raiva para superar minha timidez e
caminhei até Louis, o puxando grosseiramente pelo braço, fazendo ele ficar
sem-jeito na frente daquelas garotas.
- Mas, Niall, quem
é você para me tirar de lá? – já estávamos bem longe quando ele me fez essa
pergunta. Eu ainda o segurava firmemente pelos braços. O soltei para dar um
tapa forte na sua cabeça.
- Quem é você para
entrar no meu quarto sem bater, ô, cabeção? – perguntei, mostrando a minha
raiva.
- Até parece que
se eu não tivesse entrado, teria rolado algo a mais. – dei um sorriso sapeca
pensando nessa hipótese e Louis percebeu. Nada escapa desse garoto. – Hmmmmmmm,
Niall apaixonado, Niall apaixonado. – começou a falar alto demais. Olhei para
os lados, procurando por alguém que tivesse escutado. Graças à Deus ninguém
prestava atenção em nós, mas, mesmo assim, tapei a boca de Louis fazendo com
que ele parasse com essa brincadeira tola.
- Cala a boca.
Você sabe que eu não sou assim. Jas é só minha amiga. Eu nunca faria nada desse
tipo com ela. – tentei convencer mais a mim mesmo do que a ele.
- Claro, claro.
Como é mesmo o nome dela? Ah, Jasmine. Depois me apresente essa “amiga”. – e
fez aspas com os dedos enquanto falava amiga. – Estou louca para conhece-la
melhor. Ela deve ser boa mesmo por ter deixado você “daquele jeito” só de se
encostarem um pouco.
- Vai se foder,
Louis. Quer saber? Não quero mais papo contigo. Tchau. – e me virei deixando
ele paralisado ali.
- Não, espera,
Niall. – ele correu até mim e segurou meu braço. Aquilo estava meio gay, então
me virei e soltei o meu braço da mão dele.
- O que você quer,
idiota? – revirei os olhos, me estressando com ele.
- Credo, as
pessoas tem que parar de me chamar de idiota.
- Deve ser porque
você se comporta como um às vezes.
- Tá, não era
sobre isso que eu queria falar com você. Aquela hora que eu fui te chamar no
quarto era pra perguntar se você não gostaria de trocar de quarto para ficarmos
juntos? – ele perguntou, levantando as sobrancelhas.
- Louis, se você
soubesse como isso soa gay. Mas, na verdade, eu também havia pensado nisso. Só
que não dá pra trocar de quarto. Não lembra o que aquele bichona falou? –
perguntei, me aproveitando do fato de Louis não ter prestado atenção em uma
palavra do que o gay tinha dito.
- Não, na verdade
não me lembro de nada que ele disse.
- Bom, vou repetir
as palavras, então: “Vocês vão ter que se acostumar com seus parceiros. Não há
trocas.”- falei, inventado aquela frase, já que ele/ela não tinha dito nada
disso.
-Ah, é uma pena.
Meu parceiro não parece ser legal. – e fez uma cara de decepção.
-Louis, você se dá
bem com todo mundo. Aposto que vai acabar amigo desse cara. – bati no ombro
dele, o reconfortando. Ele continuou com
aquela cara de morto.
- Tá, né? Então
vou subir para começar a ensaiar minha música. SEM um parceiro para me ensinar
a tocar violão. – Ele começou a rir nessa parte, debochando de mim.
Provavelmente se lembrando da cena da minha ereção. Merda, o que foi que eu fiz
para merecer um amigo desses?
Harry’s POV
Descobri quem era meu colega de quarto e fiquei decepcionado.
Poxa, não era a Jasmine, mas bem que poderia ter sido uma guria, né? Só que não
era. Era um garoto. Extremamente irritante e exibido. Agora ele tinha me
deixado sozinho, então eu aproveitei para guardas as minhas coisas nos lugares
certos. Nosso quarto era simples, provavelmente igual ao de todo mundo.
Ventilador de teto, refrigerador, armário, duas camas, um banheiro, paredes
roxas. Droga, paredes roxas? Roxo é tão... broxante. Seria muito melhor ter
ficado no mesmo quarto que a Jas. Mas ela disse que eu posso visitar ela quando
quisesse, então eu só iria terminar de arrumar as minhas roupas e subir até o
quarto dela que ficava no 2º andar. Meu quarto se encontrava no térreo. Pelo
menos isso. Terminei de esvaziar a minha mala preta e minha frasqueira com meus
produtos de higiene, quando o meu colega de quarto entrou. De repente, um
cheiro bom de perfume se instalou no quarto. E não vinha de mim. Vinha dele.
Ignorei o cheiro e me virei para encará-lo. Me concentrei em seus profundos
olhos azuis e disse:
- O quarto é todo seu agora, Louis. Vou lá visitar a minha
amiga. – comecei a caminhar em direção a porta. Onde, por sinal, ele ainda
estava parado.
- Posso saber que amiga é essa? – ele me parou colocando a
mão em meu ombro. Olhei para a sua mão e depois para o rosto dele de novo.
- E por que eu deveria falar para você? Não passa de um
colega de quarto chato e ciumento. – falei, o tirando do sério.
- Ciumento? Eu? Haha. Mal te conheço e nem pretendo
conhecer. Vai lá se divertir com a sua amiguinha que depois eu vou lá com as
“minhas”. – deixou bem claro o plural daquela frase.
- Com muito prazer, Louis. – saí do quarto fazendo com que
nossos ombros se chocassem e ele sentisse a minha fúria. Intolerante. Isso é o
que ele era.
Jasmine’s POV
Enquanto Niall conversava com Louis (eu preferia nem
imaginar sobre o que estariam falando), decidi trocar de roupa enquanto
escutava uma música agitada do meu celular. Peguei o meu celular em cima da
mesinha de cabeceira e comecei a passar aleatoriamente pelas músicas até
encontrar alguma boa. Captei “Like a G6” do Far East
Movement na lista. Caramba, eu estava completamente viciada naquela música. Era
contagiante. Dei play (http://www.youtube.com/watch?v=Kp_t6ON59cc) e larguei o celular novamente
em cima da mesinha. Aproveitei que o Niall ainda não estava ali e tirei a roupa
no quarto mesmo. Ele iria demorar para voltar, pelos meus cálculos. Me virei de
costas para a porta e tirei a calça jeans que eu estava. Deixei a música tomar
conta do meu corpo, como sempre fazia em casa e comecei a me remexer no ritmo.
Puxei a blusa “I love London” que eu usava e fiquei só de calcinha e sutiã,
passando a mão por todo meu corpo enquanto me mexia enlouquecidamente. Esqueci
que tinha que colocar a roupa e continuei dançando. Me dobrei em um ângulo de
90 graus, apoiei as mãos no joelho e girei a cabeça três vezes em um movimento
sexy. Ou pelo menos, tentando ser. Só sei que enquanto me encontrava nesse
ângulo, senti duas mãos me puxarem pelo quadril e me grudarem contra um corpo.
A música já tinha me deixado louca mesmo. Então aproveitei a minha loucura para
perder totalmente a sanidade. Segurei nos ombros de “sei-lá-quem” e fui
descendo sensualmente até o chão enquanto rebolava roçando no seu corpo. Pelo
menos era gostoso. Credo, aquela não parecia eu. Mas, dane-se, ás vezes é
preciso sair da linha para se divertir. Pelo menos até a música acabar, eu iria
me permitir um pouco de diversão. Me levantei sensualmente enquanto ainda estava
de costas passando a mão por todo aquele corpo. Na verdade, eu já tinha uma
vaga ideia de quem era. Apenas para ter certeza, me virei para olhar. Ele
mesmo. Harry continuava parado com a boca entreaberta e um olhar mais escuro,
cheio de desejo. Olhou para mim e mordeu a própria boca enquanto subia as mãos
para a minha cintura me puxando para mais perto.
- Já te falaram o quanto você fica sexy
dançando desse jeito? – falou com a voz rouca, se aproximando do meu ouvido e
descendo um pouco enquanto deixava sua boca encostar causalmente pela trilha
que fazia até chegar em meu pescoço e morde-lo. Aquilo me arrepiou por inteiro.
Um calafrio tomou conta do meu corpo e eu não consegui resistir quando ele
chegou com a sua boca próxima a minha. Coloquei minhas duas mãos na sua nuca a
arranhando e o puxando para um beijo selvagem. Não me importava com mais nada.
Só com a música tocando e um Harry sedutor parado na minha frente, pronto para
me satisfazer. Deixei que ele explorasse a minha boca com a sua língua quente e
eu aproveitei para explorar a sua. Aquele beijo estava muito gostoso e quente,
exatamente como Harry era. Nós não tínhamos vontade e nem força nenhuma para
interromper, mas começamos a perder o fôlego por estarmos nos beijando e
dançando ao mesmo tempo. Harry reconheceu a oportunidade e puxou os meus lábios
com os dentes, fazendo eu me derreter de puro prazer. Mas exatamente nesse
momento a música acabou e eu acordei do transe. Olhei para baixo e reparei- ou
melhor, lembrei- que estava só de lingerie na frente do meu melhor amigo
enquanto o beijava sem pensar no amanhã. O empurrei com força para o outro lado
do quarto:
-Harry, o que pensa que está fazendo?
Nós somos amigos – eu perguntei assustada.
- Não se faça de santa, Jas. Eu sei
muito bem que você estava gostando. – falou isso enquanto passava a língua nos
lábios e depois mordia o mesmo. Aquilo foi tão sexy que eu perdi o ar por
alguns segundos.
- Eu fui envolvida pela música. Nunca mais me use desse
jeito. E sai do meu quarto pra que eu possa me vestir em paz.
- Mas você mesma falou que nós somos amigos. Amigos podem se
ver nus. – e sorriu malicioso.
- Não amigos com segundas intenções que nem você. Agora,
SAI. – Falei aquilo enquanto caminhava até ele e comecei a bater no seu ombro
para que saísse. Droga, antes o Louis, agora o Harry. Por que as pessoas ficam
entrando no meu quarto sem bater?
- Então tá. Tchau, “amiga”. – falou aquilo enquanto olhava
para os meus peitos. Ele não parava de olhar, então eu o empurrei pra fora do
quarto.
- Tarado! – e bati a porta na cara dele. Claro que ele não
ia ficar calado:
- Tarado que você ama. – e de repente tudo ficou em
silêncio. Ele deveria ter ido embora. Finalmente. Ufa, me abanei um pouco pra
me recuperar de tudo que tinha acabado de acontecer. Eu estava pegando fogo. Me
lembrei que dividia um quarto com um menino e não seria nada bonito ele entrar
e me ver de calcinha e sutiã. Coloquei outra roupa, então. Uma legging floreada
com uma blusa de um ombro só. Deixei a alça do sutiã aparecendo mesmo. Fui até
o banheiro e percebi que meu cabelo estava escabelado. Bom, provavelmente por
ter feito aquele movimento exagerado com a cabeça. Penteei-o e prendi em um
rabo de cavalo frouxo. Estava com preguiça para me maquiar, então só coloquei
um perfume e desodorante porque tinha ficado suada depois daquela dança. E
daquela pegação. Eu realmente não deveria ter feito aquilo. Agora nenhum de nós
dois vai esquecer. E Harry vai fazer questão de ficar me lembrando o tempo
todo.
Comecei a sentir
fome. Claro, já era hora do almoço. Será que tinha cozinheiro nessa casa? Não,
era pedir demais. Acho que teríamos que fazer por conta própria a nossa comida.
Sorte a minha que eu sei cozinhar. Desci até a cozinha da casa, que era bonita
até. Tinha um daqueles balcões que separam a cozinha da sala de jantar. Sim,
havia a sala de jantar e a de estar. Procurei por alguma comida naquela cozinha
e encontrei um pacote de batatas-fritas congeladas e hambúrguer. Como eu sou
sortuda. Encontrei um Guaraná na geladeira e fiquei tomando enquanto fritava as
batatas e o hambúrguer. Terminei e coloquei as batatas-fritas em um prato
grande e fiz o meu hambúrguer com pão, maionese e queijo. Comida muito
gordurosa, eu sei. Não sei como eu não fico gorda por comer desse jeito. Levei
tudo até o meu quarto porque não queria comer lá na sala de jantar com todo
mundo passando por ali. Vai ver alguém resolvia colocar a mão no meu almoço.
Sei lá, né? Por via das dúvidas, fiquei lá no quarto mesmo. Niall já estava lá,
o que não era surpresa nenhuma. Eu não tinha nenhuma curiosidade em saber o que
ele havia conversado com Louis. Mas espero que tenha batido nele porque ele
merece. Desde que entrei no quarto, Niall não parou de olhar fixamente para as
batatas. Eu achei meio estranho, mas resolvi oferecer:
- Quer? – peguei o prato e ofereci.
- Sério mesmo? Pensei que você não ia
oferecer... – Niall disse todo animado, pegando um punhado de batatas com a mão
e colocando na boca de uma vez só.
- Você já estava comendo as batatas com
os olhos. – eu disse.
- Foi mal, eu sou meio apaixonado por
batatas. Todo tipo delas. – ele disse, com a boca cheia. Isso foi meio nojento,
mas ele é meu amigo viciado em batatas. Vou fazer o quê?
- Tá, Niall. Só come e não fala, por
favor. Pega quantas quiser. – logo que terminei de falar, me arrependi porque
ele enfiou as duas mãos no prato e levou para boca. Como cabiam tantas batatas
naquela boca? Eu fiquei olhando pra ele com os olhos arregalados e até parei de
mastigar.
- Foi você que falou. – Niall tentou se
defender. Achei melhor não discutir e dividir as batatas com ele.
Logo acabei com meu hambúrguer e o
refrigerante que eu havia trazido aqui pra cima. Niall comeu praticamente todas
as batatas sozinho, mas eu não me importei. Pelo menos assim eu não engordava
tanto.
- As batatas me deram uma fome maior
ainda. Você pode fazer um hambúrguer pra mim, Jas? – ele perguntou na maior
cara de pau.
- Seu desaforado. – olhei para a
carinha dele e me deu uma pena. – Tá, tá bom. Eu faço. Já trago aqui no quarto,
tá?
Abri a porta com uma certa dificuldade
e desci as escadas me dirigindo a cozinha novamente. Larguei os pratos e o copo
na pia da cozinha e fui fazer outro hambúrguer. Coloquei mais coisas no dele
porque, do jeito que aquele guri comia, ele precisava de mais ingredientes.
Terminei e levei lá para o Nini que fez uma cara de faceiro que chegava a ser
engraçada. Deixei o hambúrguer lá com ele e desci de novo. Não ia ficar vendo
ele comer e precisava de uma sobremesa. Chocolate. Dava tudo por um chocolate
agora. Fui até a cozinha pela terceira vez no dia e abri alguns armários
procurando. Obviamente, estava na geladeira. Uma barra de chocolate ao leite.
Peguei sem me importar com os quilos que eu ganharia e fui até o sofá preto da
sala de estar para assistir algum filme naquela TV de tela plana. Fiquei
sentada ali, vagando pelos canais a procura de um filme bom e nem notei quando
um menino estava parado de pé do meu lado.
- Posso ficar aqui comendo chocolate
com você? – ele perguntou. Só aí eu olhei pra ele e percebi que era o garoto do
corredor que eu topei lá nas audições. Aquele bonitinho.
- Ãhn, claro. Claro. Senta aí. – e
puxei uma almofada que estava do meu lado ocupando o lugar que era para ele
sentar. Olhei pra ele e sorri. Ele retribuiu o sorriso fazendo meu coração
acelerar por alguns segundos. Disse para mim mesma me acalmar e consegui.
- Então... Que filme está vendo? – ele
perguntou despreocupado enquanto pegava a barra de chocolate da minha mão e
dava uma mordida. – Eu posso, né? – ele perguntou se referindo a barra.
- Sim, sim. Eu tava só vasculhando por
aí, mas não achei nada que preste.- Eu respondi com uma cara estranha. Já
estava achando meio esquisito esse menino chegar falando comigo sem nem se
apresentar.
- Ah, você deve estar se perguntando
quem eu sou. Deixa eu me apresentar. Liam Payne. – ele estendeu a mão para que
eu apertasse. Correspondi.
- Jasmine Monroe. – sorri timidamente
pra ele.
- A menina do teclado? – ele perguntou.
- Sim, a menina do teclado. E você é o
menino do corredor?!- ele riu baixinho.
- Isso mesmo. Bom... agora que já nos
conhecemos deixa eu te apresentar meu filme preferido. – ele tirou algo de trás
das costas e mostrou pra mim. Era um DVD do Toy Story 3. Desde quando meninos
dessa idade gostam de assistir desenhos? Decidi por não perguntar e fiz uma
cara meio triste quando falei:
- Eu não vi nem o primeiro filme de Toy
Story. – juntei os lábios em uma careta de decepção comigo mesma por nunca ter
assistido esse desenho.
- Não tem problema. – e ele mostrou que
atrás desse DVD, havia mais 2. Os outros dois desenhos anteriores a esse. Eu
sorri impressionada, mas não comentei nada.
- Tá, então vamos assistir. Pode ir
colocando aí que eu vou lá derreter o chocolate para comermos de colher. –
quando eu falei colher, Liam fez uma cara assustada.
- Eu não como de colher. Traz garfo pra
mim, então. – definitivamente, esse garoto não é normal. Franzi as
sobrancelhas, mas optei por não falar nada. Deixei ele ali, colocando o filme,
e fui até a cozinha para derreter o chocolate.
Cheguei lá e encontrei Louis conversando com uma garota. Provavelmente
eles iam se beijar se eu não chegasse ali. Não foi culpa minha, mas eu
interrompi. Bem-feito. Ele interrompeu a minha aula com o Niall. Continuei
fazendo o que era pra fazer como se eles não estivessem ali. Peguei um prato e
cortei a barra em pedacinhos pequenos, colocando tudo ali. Botei o prato dentro
do micro-ondas e marquei para apitar em 1 minuto. Já era o suficiente para o
tamanho daquela barra. Quando me virei para olhar, Louis estava sozinho. A garota
tinha ido embora. Tentei ignora-lo, mas foi impossível. Ele se aproximava cada
vez mais, fazendo com que o perfume alcançasse minhas narinas. Aquele cheiro
forte de homem. De repente, eu estava com as costas encostadas no balcão da
cozinha e os braços de Louis me prendiam ali. Sua respiração se mesclava com a
minha. Aquilo já estava me matando. E o chocolate não ficava pronto nunca.
Louis olhou bem dentro dos meus olhos e sussurrou:
-Então, Niall é seu professor de violão
agora? – eu apenas assenti com a cabeça. Não conseguia falar nada com aquela
aproximação instantânea dele. Droga. Eu deveria falar alguma coisa. Não deveria
deixar transparecer o poder que ele tem sobre mim. – Posso ser seu professor
também. – ele foi chegando mais perto e falou bem devagar no meu ouvido. – Mas
eu te ensinaria outras coisas. – Louis segurou nos meus quadris e me colocou em
cima da bancada com força. Colocou as suas mãos nas minhas coxas, deslizando
mais para cima. Quando eu senti que algo a mais poderia acontecer ali, naquele
momento e naquele lugar, ouvi o apitado do micro-ondas. Salva pelo gongo.
Empurrei ele – o que Louis não esperava que acontecesse- e desci daquela
bancada, limpando as minhas coxas daquelas mãos sujas. Por que eu deixei que
ele me tocasse? Eu estava hipnotizada por aqueles olhos azuis penetrantes. Não
iria mais deixar acontecer. Prometi para mim mesma.
- Seu nojento. – o olhei e percebi que
estava comendo um morango. Da onde ele tinha tirado aquilo? Bom, não importa.
Liam estava me esperando lá na sala e eu deveria pegar o prato de chocolate e
as colheres. Ou melhor, a colher e o garfo. Ainda não entendi porque ele não
pode comer com colher. Vai ver é uma mania dele. Pensando nisso, quase esqueci
que Louis estava ali me encarando com um morango na boca. Resisti à tentação de
ficar observando aquela cena e abri a gaveta para pegar os talheres.
Coloquei-os dentro do prato fundo e fui andando até a sala de estar. Quando
passei pelo Louis, ele mergulhou o morango no chocolate e levou até a própria
boca, dando uma mordida. Fiquei paralisada.
- Nojento, mas irresistível. – ele
piscou pra mim. De repente, meus pulmões esqueceram de como se respirava mas eu
tratei de lembra-los. Continuei andando
como se nada tivesse acontecido e tive que sacudir a cabeça para que aquela
cena desaparecesse da minha mente. Uma tentativa falha, porque simplesmente não
funcionou. Cheguei até a sala onde Liam já me esperava impaciente.
- Por que demorou tanto? – Liam
perguntou como eu já estava esperando.
- Todos os talheres estavam sujos. Tive
que lavar esses pra nós. – respondi com a melhor mentira que consegui encontrar
no momento. Sentei ao lado do Liam e ele deu play no filme.
Ficamos ali, só comendo chocolate e
assistindo ao primeiro Toy Story.
- Só por curiosidade... Quantas vezes
já assistiu esse filme, Liam? – perguntei olhando pra ele.
- Ah, não importa. Olha lá, essa parte
é muito legal. – ele virou o meu rosto com a mão. Ri pelo nariz imaginando
quantas vezes ele deve ter visto essa mesma cena. Deve saber até as falas dos
personagens.
O filme acabou e Liam foi pegar pra
colocar na capinha. Eu acabei rindo do seu cuidado exagerado com o DVD ao
guarda-lo. Ele voltou e sentou ao meu lado novamente, me olhando. Só que, dessa
vez, ele olhou atentamente para a minha boca. Ai. Será que ele ia me beijar?
Olhei para a boca dele também, dando a entender que eu queria que ele me
beijasse. Mas Liam simplesmente apertou os olhos como se estivesse tentando ver
algo minúsculo e levou a mão até a minha boca, passando o dedo ao lado dela.
- Tá sujo de chocolate. – ele limpou
com cuidado.
- Claro, abestado. Quem sabe por que eu
comi chocolate? – comecei a rir da cara que ele ficou quando eu disse isso. –
Tô brincando. Deveria ter visto a tua cara. – e voltei a rir. Ou melhor, a
gargalhar. Tive que segurar a barriga porque eu não conseguia parar de rir.
Liam ficava me olhando com uma cara estranha, o que me dava mais vontade de rir
ainda. Quando consegui parar e recuperar o ar que me faltava, Liam me perguntou
bem sério:
- É a sua primeira vez aqui?
- Aqui onde? Na sala de estar? –
perguntei não entendendo o que ele queria dizer com aquilo.
- Não, abestada. No X-Factor. – ele
respondeu, imitando a minha frase anterior.
- Sim, é sim. Só agora tive coragem de
vir. Minha mãe me pediu pra que eu seguisse meus sonhos. – eu respondi,
voltando a ficar séria.
- É a minha segunda vez aqui. Eu já vim
outra vez. Em 2008. Mas... Simon disse que eu era muito novo. Então estou de
volta. – falou com um sorriso no rosto.
- Quantos anos você tinha quando veio
pela primeira vez? – eu perguntei.
- 14. – eu levantei as sobrancelhas
pela surpresa. – Eu sei, muito novo.
- Não, é que se você tinha 14 naquela
época então agora você tem 16... – falei, não pretendendo continuar.
- E o quê que tem? Continua...
- É que você parece ser mais velho,
sabe? A aparência e tudo mais. – comecei a ficar meio envergonhada.
- E quantos anos você tem? – ele
perguntou.
- Fiz 17 há poucos dias. Sou mais velha
que você, haha. – falei, me achando por um momento.
- Nem tanto assim, mocinha. Eu faço 17
anos amanhã. – ele respondeu vitorioso.
- Ah, sem-graça. Mas, olha que
coincidência, fazemos aniversário bem próximo um do outro. – sorri para ele.
- Sim. Ainda temos muito o quê
compartilhar um com o outro. – falando isso ele me puxou de lado com o braço e
deu um beijo na minha bochecha me deixando corada, já que foi bem inesperado
aquele gesto. Mas eu me senti bem com ele, confortável e segura. Deitei no colo
macio e fechei os olhos, sentindo as suas mãos passarem calmamente pelo meu
cabelo. E ficamos assim, juntos, como se fôssemos amigos de infância passando
um tempo juntos. Caramba, eu conheci esse menino hoje e já estou trocando
carícias com ele. Se bem que ele é um anjo e ah... quer saber? Eu não me
importo. Ele não vai me fazer nada de mal e podemos ser amigos. Com aquele
pensamento, eu deixei o carinho dele me levar e acabei adormecendo no seu colo
mesmo.
♥ ♥ ♥
Acordei na minha cama e olhei
desesperada para baixo a fim de ver se eu estava de pijama ou não. Ufa, ainda
estava com a mesma roupa que usava de tarde. Ainda bem, porque se eu estivesse
de pijama alguém teria que ter colocado em mim já que eu não lembro de ter
colocado. Mas Liam não tiraria a minha roupa. Eu acho, né? Só lembro de braços
fortes me carregando. Bom, provavelmente ele me trouxe até o quarto. Meu Deus,
eu apaguei mesmo. Deveria estar cansada e não sabia. Que horas será que são
agora? Fiquei curiosa e comecei a procurar meu celular loucamente. Enquanto
procurava, notei que Niall já estava dormindo. Pelo jeito, já era tarde mesmo.
Achei meu celular e deixei cair no chão. Mas que droga. Como eu sou
estrambelhada. Peguei ele do chão e olhei as horas: 00:09. Nossa, mas já? Nem
vi o tempo passar... Claro, eu estava dormindo. Foi só ver as horas e me
lembrar que fazia um tempão que eu não comia que ouvi minha barriga roncar. Me
levantei e coloquei minha camiseta de pijama branca com coraçõezinhos vermelhos
e um short justo e vermelho também. Não tinha problema de usar algo tão justo
assim. Estava todo mundo dormindo a essa hora mesmo. E eu acordaria mais cedo
que todos na manhã seguinte. Ah, e se Niall me visse assim... não teria
problema algum. Ele é meu amigo.
Minha barriga roncou outra vez e eu
calcei minha pantufa de ursinho para ir até a cozinha fazer alguma coisa pra
mim. Cheguei lá e procurei por uma pizza congelada. Muito prático de fazer. Era
só ficar esperando e eu não estava com sono mesmo. Coloquei a pizza no forno e
peguei um prato, garfo, faca, copo, refrigerante, mostarda e catchup, colocando
tudo na mesa. Pensei em comer algo saudável e lembrei de uma banana que eu
tinha visto de tarde. Achei e levei para mesa a fim de comer pra disfarçar a
fome. Terminei e coloquei a casca no lixo e só então percebi que esse tempo
todo alguém estava me observando. Mas que susto que eu levei. Parecia um filme
de terror. Estava tudo escuro, só a fraca luz da cozinha acesa e dois olhos
brilhando que vinham da sala. E eles olhavam diretamente pra mim. Nunca vi
tanto desejo em olhos antes. Nunca na minha vida. Nem mesmo em John. E olha que
ele era bem tarado. Esses olhos começaram a se aproximar e deram origem a um
rosto e um corpo. Putz, aquele moreno do celular. E, caramba, pausa para
observar aquele corpo escultural. Ele usava só uma regata e uma calça de
abrigo. E me encarava fria e sedutoramente. Seu topete estava mais para cima do
que o primeiro dia em que o vi. Ele começou a se aproximar e eu continuei
sentada, estática, sem conseguir mover um músculo sequer.
- Desculpa, eu estava aqui observando
você comer. Será que pode repetir aqueles movimentos em outro lugar? – e olhou
para baixo, observando a sua enorme – ênfase, muita ênfase no enorme- ereção.
Eu fiquei completamente sem palavras. Esqueci todas que existiam no meu extenso
vocabulário. Quem era aquele deus grego que fez com que eu pensasse em coisas
extremamente sujas somente com aquelas palavras? Eu queria sair daquela cadeira
e ir em direção a ele e fazer coisas que nunca faria em meu estado normal. Só
que eu ainda estava paralisada com aquelas palavras. Nem John tinha falado
desse jeito comigo antes. Enquanto pensava, Zayn foi se aproximando cada vez
mais, vagarosamente. Ele fazia questão de andar devagar, apenas para afetar
ainda mais os meus hormônios que já estavam à flor da pele. Quando ele chegou
perto suficiente para que eu conseguisse esticar a mão e tocar a sua ereção –
coisa que eu não fiz, pois ainda estava sem movimento -, desceu seu corpo
ficando no meu colo. Puta que pariu, agora eu perdi completamente todo o fio de
sanidade que ainda me sobrava. Seu pênis encostou em minha intimidade, me
levando a beira da loucura:
- Caralho! – sussurrei baixinho. Eu não
pretendia que Zayn escutasse, mas escutou. Infelizmente.
- Não fala assim comigo, se você não
quiser piorar meu estado. Eu estou a ponto de gozar. Você não imagina as
loucuras que estão passando pela minha mente nesse momento. Todas as coisas que
poderíamos fazer em cima dessa mesa mesmo. – Eu nem havia percebido, mas estava
segurando a minha respiração esse tempo todo. Soltei pesadamente em um longo
gemido. Ele nem sabia o quanto eu estava pirando com aquelas palavras. Mas eu
mal conhecia Zayn e... foda-se. Ele chegou me provocando. Agora ele vai ver.
- Eu prefiro ficar em cima. – sussurrei
no ouvido dele. Eu também sei provocar. Foi só eu pronunciar essas palavras que
Zayn se levantou e me puxou pela cintura fazendo com que eu circulasse o
quadril dele com as minhas pernas, sentindo ainda mais a sua ereção. Sentou em
cima da mesa de jantar comigo por cima. Afastou o cabelo da minha orelha e chegou
mais perto para falar:
- Jasmine Monroe, certo? – eu confirmei
com a cabeça. – Já te falaram o quanto você é gostosa? – desceu as mãos pelas
minhas coxas e as apertou. Esse menino estava me fazendo perder a linha.
- Zayn Malik, certo? – ele assentiu. –
Já te falaram o quanto você é safado? – olhou para mim e mordeu os lábios bem
lentamente.
- Isso já falaram. Inclusive, minha
namorada vive repetindo isso pra mim. – Foi aí que eu me lembrei que ele havia
dito que tinha namorada. Me lembro de encontrar ele com o celular e ele falar
algo do tipo: “Estou trocando mensagens com a minha namorada.” Como eu pude
esquecer disso? E como ele pôde ser tão safado a ponto de trair a própria
namorada? Mas eu não vou ser o brinquedinho dele. Ah, não vou mesmo. Resolvi brincar
só mais um pouquinho. Rocei a minha intimidade no seu pênis duro e senti ele se
controlando ainda mais pra não acabar comigo ali mesmo. Dei um sorriso malévolo
e pulei do colo dele para o chão.
- Idiota. Acha mesmo que eu vou servir
como seu brinquedinho sexual? Vai arrumar outra para fazer esse serviço para
você. – eu disse explodindo toda a minha raiva.
- E o que eu vou fazer com isso? –
perguntou, apontando para a ereção que se encontrava do mesmo jeito que antes.
- Banheiro existe para isso, meu querido.
– respondi irônica. Ele olhou desesperado pra mim, mas eu não ia fazer nada por
ele. Dane-se. Ele me provocou sabendo que tinha uma namorada. Eu me esqueci.
Mas agora que ele me lembrou disso e ainda esfregou na minha cara, mais nada
vai acontecer entre nós. NADA.
Zayn percebeu que eu não ia fazer nada
por ele. Teria que resolver aquilo sozinho. Então, ele foi até o banheiro para
se aliviar. Bem-feito. Eu teria dado um tapa nele ali mesmo, quando ele disse
que tinha namorada, mas ele poderia ficar ainda mais excitado com o tapa,
pensando que fazia parte da nossa brincadeira. Então, decidi que tapa era uma
péssima opção.
A pizza demorou a ficar pronta e
exatamente no momento em que coloquei na mesa, Zayn voltou do banheiro.
- Por que voltou? Não teria sido melhor
ir dormir? – perguntei irritada com a sua presença inútil.
- Estou sem sono. Você me deixou assim.
– respondeu.
- Afinal, por que veio até a cozinha? –
perguntei.
- Senti sede. Só que eu vim tomar uma
água e vi uma bela visão. Não consegui resistir e fiquei te observando.
- Como se ver eu comendo banana fosse
uma bela visão. – respondi, sendo irônica novamente.
- Você não sabe o quanto. – e sorriu
malicioso. Resolvi deixar esse assunto quieto e comecei a comer minha pizza. Já
tinha esquecido de como estava com fome. Comi uma fatia inteira e Zayn só me
observava. Aquilo já estava me deixando um pouco irritada. Odeio que me
observem enquanto eu como. Principalmente o Zayn, com quem eu quase tive uma
relação sexual há apenas alguns minutos atrás.
- Quer parar de me olhar? – eu
perguntei.
- Não, eu olho para onde eu quiser. –
respondeu sendo ignorante.
- Mas isso está me incomodando. – falei
enquanto pegava o pote de ketchup e apertava com força, largando toda a minha
raiva naquele pobre pote. Eu não deveria ter feito aquilo porque voou ketchup
para mim. Justamente no meu pescoço. Zayn olhou para lá e murmurou:
- Você sabe que eu posso limpar isso
pra você. – malicioso como é, tinha que se aproveitar desse momento. Não
aguentei e resolvi me vingar. Usei o pote de ketchup que ainda se encontrava na
minha mão e apertei mirando na direção dele. Foi parar exatamente no meio das
suas pernas. Por que lá, meu Deus? Por quê?
- Ops, foi mal. Eu até limparia isso
pra você. Mas, sabe, você tem namorada e isso não seria nada legal... – falei
tentando soar o mais malvada possível.
- Sua louca. Agora eu vou ter que ficar
só de cueca, satisfeita? – Droga. Eu não tinha pensado nisso. Agora vou ter que
me concentrar na comida com um Zayn de cueca e regata na minha frente. Por que
eu não penso antes de fazer as coisas?
Aproveitei para limpar aquela mancha de
ketchup que ainda estava no meu pescoço. Desviei o olhar de Zayn para não ter
que vê-lo fazendo um strip-tease particular pra mim. Encontrei os guardanapos e
peguei um, passando no meu pescoço e tentando ignorar Zayn me olhando. Só que
eu não consegui. Meu olhar encontrou o dele. E foi abaixando cada vez mais até
chegar na parte crucial. Eu não deveria, mas fiquei encarando o membro dele.
- Foi você que não quis. Eu não tenho
culpa. – Zayn falou e eu desviei meu olhar rapidamente daquela parte do corpo
dele, me sentindo corada. Me abanei com as mãos, sentindo um calor subir pelo
meu corpo. – O que foi? Ficou com calor, é? – começou a me provocar de novo.
- É-é, essa pizza que tá muito quente.
Cala a boca e me deixa comer, Zayn. – me virei para o meu prato e continuei
comendo pizza e ouvi Zayn falar bem baixinho. Seria inaudível se eu não tivesse
um bom ouvido.
- Você que não me deixa te comer. –
fiquei bem quieta depois daquela frase, fingindo que não tinha escutado. Seria
melhor assim.
Zayn ficou me observando o tempo todo
enquanto eu comia e aquilo estava me deixando incomodada, então tratei de comer
mais rápido para sair daquela tensão logo. Terminei e coloquei tudo na pia. Me
virei, mas braços me prenderam no balcão. Bufei porque já não aguentava mais
toda essa pressão de Zayn.
- O que você quer agora? – perguntei.
- Só pedir desculpas. Não deveria ter
agido daquela maneira com você. É que seu corpo me deixa louco. – ele falou
essa última parte mais baixo que as outras. – Mas eu tenho namorada e eu e você
mal nos conhecemos. Não sei o que deu em mim.
- Tá bom, Zayn. Desculpado. Mas nós
podemos nos conhecer melhor. Podemos esquecer tudo que aconteceu essa
madrugada. Porque viramos outras pessoas quando a meia-noite chega. Nos falamos
melhor amanhã. – me livrei dos seus braços e caminhei em direção à escada.
Cheguei em meu quarto com sono
novamente. Como pode uma pessoa sentir tanto sono? Bocejei longamente enquanto
entrava no quarto. Encontrei a minha cama no escuro e deitei. As palavras de
Zayn não saiam da minha mente. Eu nunca me comportei daquele jeito com alguém
que eu não conhecia direito. Zayn tinha algo que me transformava em outra
pessoa. Mas eu não poderia ser essa pessoa com alguém comprometido, poderia?
Não, não poderia. Enquanto Zayn estivesse namorando, coisas desse tipo que
quase fizemos essa noite não deveriam acontecer e nem passar pela minha cabeça.
Poderíamos ser amigos. Como eu sou amiga do Niall, do Harry e do Liam. Até
seria amiga do Louis se ele não fosse tão irritante e soubesse como me tirar do
sério. Ele também sabia como seduzir, mas isso não vem ao caso. 5 garotos? Só 1
solução. Não deveria me apaixonar por nenhum deles. Porque só eu sei como isso
acaba mal.