quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Capítulo 8 - 5 garotos? Uma solução

Niall’s POV
Entrei no X-Factor porque meu sonho é ficar famoso como o Justin Bieber. Eu amo cantar e tocar violão. Mas vai ser difícil me concentrar com uma garota no mesmo quarto que eu. E ela é linda. Tenho que admitir. Nunca fui muito namoradeiro, mas ela me chamou a atenção. Eu estava torcendo para ficar no mesmo quarto que o Louis porque eu conheci ele durante as audições e achei que era um cara muito legal e engraçado. Seria divertido se eu pudesse ficar no mesmo quarto que ele. Louis estava sempre tentando me fazer rir. Mas vou ter que me contentar em ficar no quarto 208 com essa menina... Qual é mesmo o nome dela? Ah, a Jasmine. Pois é, vai ser legal, mas extremamente difícil já que eu sou um pouco tímido com as meninas e ainda mais com as bonitas.
Me conformei com aquela situação e voltei ao lugar onde estavam as malas para pegar as minhas e levar ao andar de cima. Subi as escadas em espiral e cheguei ao segundo andar. Abri a porta do meu quarto e enxerguei duas camas de solteiro, uma em cada canto do quarto. As paredes eram de um azul-escuro e havia dois bidês de cada lado das camas com abajures. Um pequeno armário que eu, provavelmente, teria que dividir com a garota. Ventilador de teto e um pequeno refrigerador como naqueles quartos de hotéis. Aliás, parecia um quarto de hotel. Bem simples para uma casa tão luxuosa como essa. Percebi que a Jasmine ainda não estava ali e fui guardando as minhas coisas nos armários e gavetas. Coloquei meu violão em um canto e continuei arrumando o quarto. Tirei minha almofada de um trevo de 4 folhas da mala e coloquei na minha cama. É pra dar sorte. E eu tenho desde pequeno, então... Terminei de arrumar todas aquelas coisas e peguei o violão pra tocar um pouco.
Jasmine’s POV
Harry não parava de encher a minha paciência pra gente trocar de quarto e ficarmos no mesmo. Eu fiquei dando desculpas furadas, mas a verdade é que eu preferia ficar no quarto com o loiro, vulgo Niall, do que o Harry, vulgo tarado. Finalmente, convenci o Harry de que não precisávamos ficar no mesmo quarto. Disse que ele podia ir lá me visitar quando quisesse. E ele aceitou.
Me despedi e disse que ia lá para o meu quarto organizar as coisas. Peguei as minhas malas e subi as escadas rapidamente. Quando estava perto do quarto 208, fui caminhando mais lentamente enquanto escutava um violão. Abri a porta do quarto e fiquei de boca aberta quando vi Niall com um violão. Deixei as coisas caírem no chão.
     - Eu não sabia que você tocava violão. – e continuei com aquela cara de tapada na porta do quarto.
     - Eu toco desde os meus 8 anos de idade. Meu pai me deu porque eu sempre pedi pra ele que me desse. – ele falou aquilo de um jeito tão fofo. Aliás, ele é fofo.
     - Own, eu adoro meninos que sabem tocar violão. – ele corou um pouco – Você pode tocar alguma música pra mim?
     - É, acho que não. Eu não toco muito bem e não costumo tocar para as pessoas. – ele foi ficando cada vez mais corado.
     - Ah, vai. Por mim. – me ajoelhei fazendo beicinho e unindo as mãos em súplica.
     - Tá bom, mas só um trechinho de uma música. – eu sorri escandalosamente e levantei para fechar a porta. Sentei na cama ao lado dele, quando Niall começou a tocar. Logo reconheci pela batida que tinha no início. “I’m Yours”. (http://www.youtube.com/watch?v=2v1V-QQIQ0s). Eu amava essa música. Mas quem não gosta, né? Fiquei curtindo o som enquanto ele tocava e admirando aquele rostinho fofo e as bochechas rosadas dele. Que vontade de apertar. Vai ser até bom dividir o quarto com ele se não for sem-vergonha que nem o Harry. Mas pelo que eu vi até agora, ele não é. Quando parou de cantar e tocar, me olhou querendo saber qual foi a minha reação.
     -Niall, se isso é “não saber tocar” eu nem imagino o que é “saber tocar”. Eu sempre tive vontade de aprender violão, mas meu pai nunca comprou um pra mim, então... – eu falei, meio triste.
     - Sério? Bom, se você quiser eu posso te ensinar. Nós vamos ter um bom tempo juntos até a apresentação na fase do bootcamp. – ele abriu um sorrisão. Agora sim começou a ficar animado.
     - Você me ensinaria mesmo? Ai, eu não tô nem acreditando. – provavelmente, meus olhos estavam brilhando nesse momento.
     - Claro que sim. E você escolhe a música. Pode ser a que você iria apresentar. Assim, você já apresenta com violão.
     - Eu ainda não tinha escolhido nenhuma música para essa fase. Mas eu gostaria muito se fosse I’m Yours.
     - Jura? Você gosta dessa música? Eu não sabia... – Niall perguntou, se animando cada vez mais.
     - Sim. Todo mundo gosta. Mas você não se importa? Quer dizer... Você não ia tocar ela na fase bootcamp?- perguntei porque seria horrível da minha parte roubar a música do Niall.
     - Não, eu não me importo. Eu tenho outra música preparada. – Niall disse enquanto sorria de orelha a orelha.
     - Tá, então deixa eu organizar as minhas coisas e depois começamos a “aula”. – Não sei quem estava mais feliz. Se era eu ou ele.
     Depois de guardar direitinho todas as minhas roupas e produtos de higiene no quartinho minúsculo e no banheiro menor ainda (sim, era uma suíte), eu percebi que Niall já esperava sentando na cama pacientemente.
     - Deu? – ele perguntou.
     - Peraí. Deixa eu guardar só mais esse casaco aqui e... deu, prontinho. Podemos começar. – falei isso e pulei na cama no espaço que tinha ao lado dele. – E aí? Acho melhor começar pelas coisas básicas porque a única coisa que eu sei é como segurar o violão. – ele gargalhou. Aquela risada fofa que eu já tinha ouvido na sala das audições. Pode tanta fofura numa pessoa só?
     - Tá, então segura. – e passou o violão pra mim. Eu coloquei ele pendurado no meu pescoço pela faixa.
     - É assim, né? – perguntei.
     - Sim, só, peraí... – Para não ficar estranho, Niall se ajoelhou atrás de mim. Colocou os braços envolta do meu pescoço, pegando as minhas mãos e colocando-as exatamente onde tinham que ficar. – Deu, agora sim. – e exibiu um sorriso vitorioso que eu pude ver pelo canto do olho enquanto ele apoiava o queixo no meu ombro.
     Niall foi me ensinando as notas básicas e que eu peguei rapidamente. Não era tão difícil. Eu percebi que ele já estava cansando de ficar de joelhos atrás de mim.
     - Não quer sentar? Você deve estar cansado. – eu perguntei, olhando pro rosto dele.
     - Pode ser. – ele começou a se ajeitar ao meu redor. Passou uma perna de cada lado do meu corpo. Essa posição poderia insinuar algo, mas foi a melhor que encontramos para que ele me ensinasse a tocar violão. Depois de aprender as notas básicas, Niall me passou todas as que entrariam na música escolhida. Foi mais fácil porque eu já tinha aprendido. Então, ele começou a me ensinar o ritmo da música. Eu estava começando a me sentir um pouco desconfortável naquela posição. Eu precisava apoiar as costas em algum lugar, então decidi apoiar no peito do Niall mesmo. Sem segundas intenções. Mas foi só eu fazer isso que senti algo duro roçando na minha bunda. O quê era aquilo? Será que Niall tinha ficado excitado só por eu ter encostado mais nele. Eu só queria ficar mais confortável. Enquanto pensava no que poderia fazer ou falar naquele momento, a porta foi aberta com um estrondo, fazendo eu e Niall olharmos para quem estava imobilizado ali nos olhando. Logo relacionei a pessoa na porta com o menino nojento que estava com Niall na sala das audições. Aquele que não parava de me encarar. Por um momento, uma tensão tomou conta do ar. Louis foi o primeiro a quebrar o silêncio:
     - O que vocês estão fazendo? – ele perguntou.
     - Bom, antes de você entrar aqui nós estávamos tocando violão. Só que, como já deu pra perceber, fomos interrompidos por você. – levei uma mão ao ar para indicar que ele tinha nos atrapalhado. Desencostei do peito de Niall e continuei encarando Louis com aqueles olhos azuis dele. Niall continuou quieto. – E o que “você” está fazendo aqui? – dei ênfase no você.
     - Procurando Niall. Quero falar com você, bro. – Louis direcionou seu olhar para o menino calado atrás de mim.
     - Ãhn, claro. Me dá licença, Jasmine? – ele perguntou, fazendo menção de se levantar.
     - Pode me chamar de Jas. – tirei o violão dos meus ombros e coloquei em cima da cama enquanto me levantava. E quando Niall se levantou, bom, foi aí que aconteceu o inesperado. Dava para ver nitidamente o volume no meio das suas pernas. Eu dirigi meu olhar até lá embaixo e, infelizmente, Louis percebeu e olhou também.
     - Mas o quê é isso, Niall? Vocês estavam só tocando violão mesmo? – Louis fez voz de debochado enquanto apontava para as partes baixas do garoto. Esse menino não tinha limites mesmo. Tadinho do Niall. Eu que provoquei, ele não tinha culpa.
     O menino desconcertado olhou para baixo e percebeu porque Louis tinha se alterado e porque nós encarávamos aquela parte do corpo dele. Olhou para trás e encontrou a sua almofada, puxando rapidamente e tapando aquela parte. Suas bochechas estavam tão vermelhas que pareciam ter sido queimadas pelo sol. Eu fiquei indignada por Louis ter sido tão insensível. Então, caminhei com passos firmes até o idiota parado na porta, olhei bem pra ele e falei:
     - Você não tem nada a ver com isso. Vamos começar pelo fato de você ter entrado sem bater. Seu mal-educado. – ele me olhou e levantou as duas mãos no ar tentando se desculpar. Ou sendo idiota outra vez.
     - Ui, me desculpe, senhorita delicada. Da próxima vez eu bato, então. Aí eu me poupo de ver essa cena. – e apontou para a almofada do Niall, mais precisamente para o quê ela escondia.
     Agora eu me irritei de vez com esse garoto. Comecei a dar tapinhas fracos nele repetidamente e gritar para que saísse dali.
     - Seu idiota. Ninguém lhe deu permissão de entrar no meu quarto assim. Não volte nunca mais. – por fim, ele cedeu e saiu correndo. Quando já estava longe ouvi ele gritando:
     - Só não esqueça que o quarto é do Niall também. – eu dei um passo para trás e bati a porta com força. Espero que ele tenha escutado para saber o tamanho da minha raiva. Me afastei da porta e sentei na minha cama dessa vez. De frente para a cama do Niall. Ele ainda estava vermelho e se recuperando desse trauma. Quando percebeu que eu o observava, colocou os cotovelos nos joelhos, juntos as duas mãos e abaixou a cabeça para não ter que me encarar.
     - Desculpa. Eu não sabia que isso tinha acontecido. E... – Niall parou de falar quando eu o interrompi.
     - Shhhh, não precisa se desculpar. Isso acontece e não foi culpa sua. A culpa é daquele grosso do Louis que entrou sem bater. Eu estou brava com ele e não com você. – levantei da minha cama e caminhei até ele. Me ajoelhei no chão e levantei a sua cabeça devagar. Ele não estava mais corado. Estava sorrindo sem mostrar os dentes. Levantei enquanto pegava as suas mãos e o levava junto comigo. Nossos olhares se cruzaram e eu trouxe ele para um abraço apertado. – Você é meu amigo, Nini. – decidi chama-lo assim, já que ele me chamaria de Jas. Eu conheci esse menino hoje mas já me afeiçoei a ele. Tão fofo, tão lindo, tão cuidadoso, tão tímido, tão bondoso. Parecia um ursinho de pelúcia que eu tinha o dever de cuidar.
     - Obrigada, Jas... Depois continuamos nossa aula, pode ser? – ele se afastou um pouco, me segurando pelos ombros.
     - Claro. Aonde você vai? – perguntei, estranhando.
     - Tenho que resolver umas coisas com o Louis. – agora eu compreendi.
     - Okay, então. Vai lá. – e beijei a bochecha rosada dele.
Niall’s POV
     Fiquei meio abalado depois desse beijo da Jasmine, mas não demonstrei. Saí daquele quarto calmamente e só quando cheguei ao corredor, passei a mão pelo meu rosto sentindo o local que ele tinha beijado. Tão doce. Dei sorte de ficar no mesmo quarto que ela. Pensando bem, melhor do que o Louis. Falando nele, tenho que resolver algumas coisas com aquele traste. Caminhei um pouco pela casa até encontrar o Louis no meio de um grupo de garotas, contando piadas, provavelmente, já que todas riam como gralhas exaltadas. Não quis nem saber. Estava com raiva dele mesmo. Usei essa raiva para superar minha timidez e caminhei até Louis, o puxando grosseiramente pelo braço, fazendo ele ficar sem-jeito na frente daquelas garotas.
     - Mas, Niall, quem é você para me tirar de lá? – já estávamos bem longe quando ele me fez essa pergunta. Eu ainda o segurava firmemente pelos braços. O soltei para dar um tapa forte na sua cabeça.
     - Quem é você para entrar no meu quarto sem bater, ô, cabeção? – perguntei, mostrando a minha raiva.
     - Até parece que se eu não tivesse entrado, teria rolado algo a mais. – dei um sorriso sapeca pensando nessa hipótese e Louis percebeu. Nada escapa desse garoto. – Hmmmmmmm, Niall apaixonado, Niall apaixonado. – começou a falar alto demais. Olhei para os lados, procurando por alguém que tivesse escutado. Graças à Deus ninguém prestava atenção em nós, mas, mesmo assim, tapei a boca de Louis fazendo com que ele parasse com essa brincadeira tola.
     - Cala a boca. Você sabe que eu não sou assim. Jas é só minha amiga. Eu nunca faria nada desse tipo com ela. – tentei convencer mais a mim mesmo do que a ele.
     - Claro, claro. Como é mesmo o nome dela? Ah, Jasmine. Depois me apresente essa “amiga”. – e fez aspas com os dedos enquanto falava amiga. – Estou louca para conhece-la melhor. Ela deve ser boa mesmo por ter deixado você “daquele jeito” só de se encostarem um pouco.
     - Vai se foder, Louis. Quer saber? Não quero mais papo contigo. Tchau. – e me virei deixando ele paralisado ali.
     - Não, espera, Niall. – ele correu até mim e segurou meu braço. Aquilo estava meio gay, então me virei e soltei o meu braço da mão dele.
     - O que você quer, idiota? – revirei os olhos, me estressando com ele.
     - Credo, as pessoas tem que parar de me chamar de idiota.
     - Deve ser porque você se comporta como um às vezes.
     - Tá, não era sobre isso que eu queria falar com você. Aquela hora que eu fui te chamar no quarto era pra perguntar se você não gostaria de trocar de quarto para ficarmos juntos? – ele perguntou, levantando as sobrancelhas.
     - Louis, se você soubesse como isso soa gay. Mas, na verdade, eu também havia pensado nisso. Só que não dá pra trocar de quarto. Não lembra o que aquele bichona falou? – perguntei, me aproveitando do fato de Louis não ter prestado atenção em uma palavra do que o gay tinha dito.
     - Não, na verdade não me lembro de nada que ele disse.
     - Bom, vou repetir as palavras, então: “Vocês vão ter que se acostumar com seus parceiros. Não há trocas.”- falei, inventado aquela frase, já que ele/ela não tinha dito nada disso.
     -Ah, é uma pena. Meu parceiro não parece ser legal. – e fez uma cara de decepção.
     -Louis, você se dá bem com todo mundo. Aposto que vai acabar amigo desse cara. – bati no ombro dele, o reconfortando.  Ele continuou com aquela cara de morto.
     - Tá, né? Então vou subir para começar a ensaiar minha música. SEM um parceiro para me ensinar a tocar violão. – Ele começou a rir nessa parte, debochando de mim. Provavelmente se lembrando da cena da minha ereção. Merda, o que foi que eu fiz para merecer um amigo desses?
Harry’s POV
Descobri quem era meu colega de quarto e fiquei decepcionado. Poxa, não era a Jasmine, mas bem que poderia ter sido uma guria, né? Só que não era. Era um garoto. Extremamente irritante e exibido. Agora ele tinha me deixado sozinho, então eu aproveitei para guardas as minhas coisas nos lugares certos. Nosso quarto era simples, provavelmente igual ao de todo mundo. Ventilador de teto, refrigerador, armário, duas camas, um banheiro, paredes roxas. Droga, paredes roxas? Roxo é tão... broxante. Seria muito melhor ter ficado no mesmo quarto que a Jas. Mas ela disse que eu posso visitar ela quando quisesse, então eu só iria terminar de arrumar as minhas roupas e subir até o quarto dela que ficava no 2º andar. Meu quarto se encontrava no térreo. Pelo menos isso. Terminei de esvaziar a minha mala preta e minha frasqueira com meus produtos de higiene, quando o meu colega de quarto entrou. De repente, um cheiro bom de perfume se instalou no quarto. E não vinha de mim. Vinha dele. Ignorei o cheiro e me virei para encará-lo. Me concentrei em seus profundos olhos azuis e disse:
- O quarto é todo seu agora, Louis. Vou lá visitar a minha amiga. – comecei a caminhar em direção a porta. Onde, por sinal, ele ainda estava parado.
- Posso saber que amiga é essa? – ele me parou colocando a mão em meu ombro. Olhei para a sua mão e depois para o rosto dele de novo.
- E por que eu deveria falar para você? Não passa de um colega de quarto chato e ciumento. – falei, o tirando do sério.
- Ciumento? Eu? Haha. Mal te conheço e nem pretendo conhecer. Vai lá se divertir com a sua amiguinha que depois eu vou lá com as “minhas”. – deixou bem claro o plural daquela frase.
- Com muito prazer, Louis. – saí do quarto fazendo com que nossos ombros se chocassem e ele sentisse a minha fúria. Intolerante. Isso é o que ele era.
Jasmine’s POV
Enquanto Niall conversava com Louis (eu preferia nem imaginar sobre o que estariam falando), decidi trocar de roupa enquanto escutava uma música agitada do meu celular. Peguei o meu celular em cima da mesinha de cabeceira e comecei a passar aleatoriamente pelas músicas até encontrar alguma boa. Captei “Like a G6” do Far East Movement na lista. Caramba, eu estava completamente viciada naquela música. Era contagiante. Dei play (http://www.youtube.com/watch?v=Kp_t6ON59cc) e larguei o celular novamente em cima da mesinha. Aproveitei que o Niall ainda não estava ali e tirei a roupa no quarto mesmo. Ele iria demorar para voltar, pelos meus cálculos. Me virei de costas para a porta e tirei a calça jeans que eu estava. Deixei a música tomar conta do meu corpo, como sempre fazia em casa e comecei a me remexer no ritmo. Puxei a blusa “I love London” que eu usava e fiquei só de calcinha e sutiã, passando a mão por todo meu corpo enquanto me mexia enlouquecidamente. Esqueci que tinha que colocar a roupa e continuei dançando. Me dobrei em um ângulo de 90 graus, apoiei as mãos no joelho e girei a cabeça três vezes em um movimento sexy. Ou pelo menos, tentando ser. Só sei que enquanto me encontrava nesse ângulo, senti duas mãos me puxarem pelo quadril e me grudarem contra um corpo. A música já tinha me deixado louca mesmo. Então aproveitei a minha loucura para perder totalmente a sanidade. Segurei nos ombros de “sei-lá-quem” e fui descendo sensualmente até o chão enquanto rebolava roçando no seu corpo. Pelo menos era gostoso. Credo, aquela não parecia eu. Mas, dane-se, ás vezes é preciso sair da linha para se divertir. Pelo menos até a música acabar, eu iria me permitir um pouco de diversão. Me levantei sensualmente enquanto ainda estava de costas passando a mão por todo aquele corpo. Na verdade, eu já tinha uma vaga ideia de quem era. Apenas para ter certeza, me virei para olhar. Ele mesmo. Harry continuava parado com a boca entreaberta e um olhar mais escuro, cheio de desejo. Olhou para mim e mordeu a própria boca enquanto subia as mãos para a minha cintura me puxando para mais perto.
- Já te falaram o quanto você fica sexy dançando desse jeito? – falou com a voz rouca, se aproximando do meu ouvido e descendo um pouco enquanto deixava sua boca encostar causalmente pela trilha que fazia até chegar em meu pescoço e morde-lo. Aquilo me arrepiou por inteiro. Um calafrio tomou conta do meu corpo e eu não consegui resistir quando ele chegou com a sua boca próxima a minha. Coloquei minhas duas mãos na sua nuca a arranhando e o puxando para um beijo selvagem. Não me importava com mais nada. Só com a música tocando e um Harry sedutor parado na minha frente, pronto para me satisfazer. Deixei que ele explorasse a minha boca com a sua língua quente e eu aproveitei para explorar a sua. Aquele beijo estava muito gostoso e quente, exatamente como Harry era. Nós não tínhamos vontade e nem força nenhuma para interromper, mas começamos a perder o fôlego por estarmos nos beijando e dançando ao mesmo tempo. Harry reconheceu a oportunidade e puxou os meus lábios com os dentes, fazendo eu me derreter de puro prazer. Mas exatamente nesse momento a música acabou e eu acordei do transe. Olhei para baixo e reparei- ou melhor, lembrei- que estava só de lingerie na frente do meu melhor amigo enquanto o beijava sem pensar no amanhã. O empurrei com força para o outro lado do quarto:
-Harry, o que pensa que está fazendo? Nós somos amigos – eu perguntei assustada.
- Não se faça de santa, Jas. Eu sei muito bem que você estava gostando. – falou isso enquanto passava a língua nos lábios e depois mordia o mesmo. Aquilo foi tão sexy que eu perdi o ar por alguns segundos.
- Eu fui envolvida pela música. Nunca mais me use desse jeito. E sai do meu quarto pra que eu possa me vestir em paz.
- Mas você mesma falou que nós somos amigos. Amigos podem se ver nus. – e sorriu malicioso.
- Não amigos com segundas intenções que nem você. Agora, SAI. – Falei aquilo enquanto caminhava até ele e comecei a bater no seu ombro para que saísse. Droga, antes o Louis, agora o Harry. Por que as pessoas ficam entrando no meu quarto sem bater?
- Então tá. Tchau, “amiga”. – falou aquilo enquanto olhava para os meus peitos. Ele não parava de olhar, então eu o empurrei pra fora do quarto.
- Tarado! – e bati a porta na cara dele. Claro que ele não ia ficar calado:
- Tarado que você ama. – e de repente tudo ficou em silêncio. Ele deveria ter ido embora. Finalmente. Ufa, me abanei um pouco pra me recuperar de tudo que tinha acabado de acontecer. Eu estava pegando fogo. Me lembrei que dividia um quarto com um menino e não seria nada bonito ele entrar e me ver de calcinha e sutiã. Coloquei outra roupa, então. Uma legging floreada com uma blusa de um ombro só. Deixei a alça do sutiã aparecendo mesmo. Fui até o banheiro e percebi que meu cabelo estava escabelado. Bom, provavelmente por ter feito aquele movimento exagerado com a cabeça. Penteei-o e prendi em um rabo de cavalo frouxo. Estava com preguiça para me maquiar, então só coloquei um perfume e desodorante porque tinha ficado suada depois daquela dança. E daquela pegação. Eu realmente não deveria ter feito aquilo. Agora nenhum de nós dois vai esquecer. E Harry vai fazer questão de ficar me lembrando o tempo todo.
     Comecei a sentir fome. Claro, já era hora do almoço. Será que tinha cozinheiro nessa casa? Não, era pedir demais. Acho que teríamos que fazer por conta própria a nossa comida. Sorte a minha que eu sei cozinhar. Desci até a cozinha da casa, que era bonita até. Tinha um daqueles balcões que separam a cozinha da sala de jantar. Sim, havia a sala de jantar e a de estar. Procurei por alguma comida naquela cozinha e encontrei um pacote de batatas-fritas congeladas e hambúrguer. Como eu sou sortuda. Encontrei um Guaraná na geladeira e fiquei tomando enquanto fritava as batatas e o hambúrguer. Terminei e coloquei as batatas-fritas em um prato grande e fiz o meu hambúrguer com pão, maionese e queijo. Comida muito gordurosa, eu sei. Não sei como eu não fico gorda por comer desse jeito. Levei tudo até o meu quarto porque não queria comer lá na sala de jantar com todo mundo passando por ali. Vai ver alguém resolvia colocar a mão no meu almoço. Sei lá, né? Por via das dúvidas, fiquei lá no quarto mesmo. Niall já estava lá, o que não era surpresa nenhuma. Eu não tinha nenhuma curiosidade em saber o que ele havia conversado com Louis. Mas espero que tenha batido nele porque ele merece. Desde que entrei no quarto, Niall não parou de olhar fixamente para as batatas. Eu achei meio estranho, mas resolvi oferecer:
- Quer? – peguei o prato e ofereci.
- Sério mesmo? Pensei que você não ia oferecer... – Niall disse todo animado, pegando um punhado de batatas com a mão e colocando na boca de uma vez só.
- Você já estava comendo as batatas com os olhos. – eu disse.
- Foi mal, eu sou meio apaixonado por batatas. Todo tipo delas. – ele disse, com a boca cheia. Isso foi meio nojento, mas ele é meu amigo viciado em batatas. Vou fazer o quê?
- Tá, Niall. Só come e não fala, por favor. Pega quantas quiser. – logo que terminei de falar, me arrependi porque ele enfiou as duas mãos no prato e levou para boca. Como cabiam tantas batatas naquela boca? Eu fiquei olhando pra ele com os olhos arregalados e até parei de mastigar.
- Foi você que falou. – Niall tentou se defender. Achei melhor não discutir e dividir as batatas com ele.
Logo acabei com meu hambúrguer e o refrigerante que eu havia trazido aqui pra cima. Niall comeu praticamente todas as batatas sozinho, mas eu não me importei. Pelo menos assim eu não engordava tanto.
- As batatas me deram uma fome maior ainda. Você pode fazer um hambúrguer pra mim, Jas? – ele perguntou na maior cara de pau.
- Seu desaforado. – olhei para a carinha dele e me deu uma pena. – Tá, tá bom. Eu faço. Já trago aqui no quarto, tá?
Abri a porta com uma certa dificuldade e desci as escadas me dirigindo a cozinha novamente. Larguei os pratos e o copo na pia da cozinha e fui fazer outro hambúrguer. Coloquei mais coisas no dele porque, do jeito que aquele guri comia, ele precisava de mais ingredientes. Terminei e levei lá para o Nini que fez uma cara de faceiro que chegava a ser engraçada. Deixei o hambúrguer lá com ele e desci de novo. Não ia ficar vendo ele comer e precisava de uma sobremesa. Chocolate. Dava tudo por um chocolate agora. Fui até a cozinha pela terceira vez no dia e abri alguns armários procurando. Obviamente, estava na geladeira. Uma barra de chocolate ao leite. Peguei sem me importar com os quilos que eu ganharia e fui até o sofá preto da sala de estar para assistir algum filme naquela TV de tela plana. Fiquei sentada ali, vagando pelos canais a procura de um filme bom e nem notei quando um menino estava parado de pé do meu lado.
- Posso ficar aqui comendo chocolate com você? – ele perguntou. Só aí eu olhei pra ele e percebi que era o garoto do corredor que eu topei lá nas audições. Aquele bonitinho.
- Ãhn, claro. Claro. Senta aí. – e puxei uma almofada que estava do meu lado ocupando o lugar que era para ele sentar. Olhei pra ele e sorri. Ele retribuiu o sorriso fazendo meu coração acelerar por alguns segundos. Disse para mim mesma me acalmar e consegui.
- Então... Que filme está vendo? – ele perguntou despreocupado enquanto pegava a barra de chocolate da minha mão e dava uma mordida. – Eu posso, né? – ele perguntou se referindo a barra.
- Sim, sim. Eu tava só vasculhando por aí, mas não achei nada que preste.- Eu respondi com uma cara estranha. Já estava achando meio esquisito esse menino chegar falando comigo sem nem se apresentar.
- Ah, você deve estar se perguntando quem eu sou. Deixa eu me apresentar. Liam Payne. – ele estendeu a mão para que eu apertasse. Correspondi.
- Jasmine Monroe. – sorri timidamente pra ele.
- A menina do teclado? – ele perguntou.
- Sim, a menina do teclado. E você é o menino do corredor?!- ele riu baixinho.
- Isso mesmo. Bom... agora que já nos conhecemos deixa eu te apresentar meu filme preferido. – ele tirou algo de trás das costas e mostrou pra mim. Era um DVD do Toy Story 3. Desde quando meninos dessa idade gostam de assistir desenhos? Decidi por não perguntar e fiz uma cara meio triste quando falei:
- Eu não vi nem o primeiro filme de Toy Story. – juntei os lábios em uma careta de decepção comigo mesma por nunca ter assistido esse desenho.
- Não tem problema. – e ele mostrou que atrás desse DVD, havia mais 2. Os outros dois desenhos anteriores a esse. Eu sorri impressionada, mas não comentei nada.
- Tá, então vamos assistir. Pode ir colocando aí que eu vou lá derreter o chocolate para comermos de colher. – quando eu falei colher, Liam fez uma cara assustada.
- Eu não como de colher. Traz garfo pra mim, então. – definitivamente, esse garoto não é normal. Franzi as sobrancelhas, mas optei por não falar nada. Deixei ele ali, colocando o filme, e fui até a cozinha para derreter o chocolate.  Cheguei lá e encontrei Louis conversando com uma garota. Provavelmente eles iam se beijar se eu não chegasse ali. Não foi culpa minha, mas eu interrompi. Bem-feito. Ele interrompeu a minha aula com o Niall. Continuei fazendo o que era pra fazer como se eles não estivessem ali. Peguei um prato e cortei a barra em pedacinhos pequenos, colocando tudo ali. Botei o prato dentro do micro-ondas e marquei para apitar em 1 minuto. Já era o suficiente para o tamanho daquela barra. Quando me virei para olhar, Louis estava sozinho. A garota tinha ido embora. Tentei ignora-lo, mas foi impossível. Ele se aproximava cada vez mais, fazendo com que o perfume alcançasse minhas narinas. Aquele cheiro forte de homem. De repente, eu estava com as costas encostadas no balcão da cozinha e os braços de Louis me prendiam ali. Sua respiração se mesclava com a minha. Aquilo já estava me matando. E o chocolate não ficava pronto nunca. Louis olhou bem dentro dos meus olhos e sussurrou:
-Então, Niall é seu professor de violão agora? – eu apenas assenti com a cabeça. Não conseguia falar nada com aquela aproximação instantânea dele. Droga. Eu deveria falar alguma coisa. Não deveria deixar transparecer o poder que ele tem sobre mim. – Posso ser seu professor também. – ele foi chegando mais perto e falou bem devagar no meu ouvido. – Mas eu te ensinaria outras coisas. – Louis segurou nos meus quadris e me colocou em cima da bancada com força. Colocou as suas mãos nas minhas coxas, deslizando mais para cima. Quando eu senti que algo a mais poderia acontecer ali, naquele momento e naquele lugar, ouvi o apitado do micro-ondas. Salva pelo gongo. Empurrei ele – o que Louis não esperava que acontecesse- e desci daquela bancada, limpando as minhas coxas daquelas mãos sujas. Por que eu deixei que ele me tocasse? Eu estava hipnotizada por aqueles olhos azuis penetrantes. Não iria mais deixar acontecer. Prometi para mim mesma.
- Seu nojento. – o olhei e percebi que estava comendo um morango. Da onde ele tinha tirado aquilo? Bom, não importa. Liam estava me esperando lá na sala e eu deveria pegar o prato de chocolate e as colheres. Ou melhor, a colher e o garfo. Ainda não entendi porque ele não pode comer com colher. Vai ver é uma mania dele. Pensando nisso, quase esqueci que Louis estava ali me encarando com um morango na boca. Resisti à tentação de ficar observando aquela cena e abri a gaveta para pegar os talheres. Coloquei-os dentro do prato fundo e fui andando até a sala de estar. Quando passei pelo Louis, ele mergulhou o morango no chocolate e levou até a própria boca, dando uma mordida. Fiquei paralisada.
- Nojento, mas irresistível. – ele piscou pra mim. De repente, meus pulmões esqueceram de como se respirava mas eu tratei de lembra-los.  Continuei andando como se nada tivesse acontecido e tive que sacudir a cabeça para que aquela cena desaparecesse da minha mente. Uma tentativa falha, porque simplesmente não funcionou. Cheguei até a sala onde Liam já me esperava impaciente.
- Por que demorou tanto? – Liam perguntou como eu já estava esperando.
- Todos os talheres estavam sujos. Tive que lavar esses pra nós. – respondi com a melhor mentira que consegui encontrar no momento. Sentei ao lado do Liam e ele deu play no filme.
Ficamos ali, só comendo chocolate e assistindo ao primeiro Toy Story.
- Só por curiosidade... Quantas vezes já assistiu esse filme, Liam? – perguntei olhando pra ele.
- Ah, não importa. Olha lá, essa parte é muito legal. – ele virou o meu rosto com a mão. Ri pelo nariz imaginando quantas vezes ele deve ter visto essa mesma cena. Deve saber até as falas dos personagens.
O filme acabou e Liam foi pegar pra colocar na capinha. Eu acabei rindo do seu cuidado exagerado com o DVD ao guarda-lo. Ele voltou e sentou ao meu lado novamente, me olhando. Só que, dessa vez, ele olhou atentamente para a minha boca. Ai. Será que ele ia me beijar? Olhei para a boca dele também, dando a entender que eu queria que ele me beijasse. Mas Liam simplesmente apertou os olhos como se estivesse tentando ver algo minúsculo e levou a mão até a minha boca, passando o dedo ao lado dela.
- Tá sujo de chocolate. – ele limpou com cuidado.
- Claro, abestado. Quem sabe por que eu comi chocolate? – comecei a rir da cara que ele ficou quando eu disse isso. – Tô brincando. Deveria ter visto a tua cara. – e voltei a rir. Ou melhor, a gargalhar. Tive que segurar a barriga porque eu não conseguia parar de rir. Liam ficava me olhando com uma cara estranha, o que me dava mais vontade de rir ainda. Quando consegui parar e recuperar o ar que me faltava, Liam me perguntou bem sério:
- É a sua primeira vez aqui?
- Aqui onde? Na sala de estar? – perguntei não entendendo o que ele queria dizer com aquilo.
- Não, abestada. No X-Factor. – ele respondeu, imitando a minha frase anterior.
- Sim, é sim. Só agora tive coragem de vir. Minha mãe me pediu pra que eu seguisse meus sonhos. – eu respondi, voltando a ficar séria.
- É a minha segunda vez aqui. Eu já vim outra vez. Em 2008. Mas... Simon disse que eu era muito novo. Então estou de volta. – falou com um sorriso no rosto.
- Quantos anos você tinha quando veio pela primeira vez? – eu perguntei.
- 14. – eu levantei as sobrancelhas pela surpresa. – Eu sei, muito novo.
- Não, é que se você tinha 14 naquela época então agora você tem 16... – falei, não pretendendo continuar.
- E o quê que tem? Continua...
- É que você parece ser mais velho, sabe? A aparência e tudo mais. – comecei a ficar meio envergonhada.
- E quantos anos você tem? – ele perguntou.
- Fiz 17 há poucos dias. Sou mais velha que você, haha. – falei, me achando por um momento.
- Nem tanto assim, mocinha. Eu faço 17 anos amanhã. – ele respondeu vitorioso.
- Ah, sem-graça. Mas, olha que coincidência, fazemos aniversário bem próximo um do outro. – sorri para ele.
- Sim. Ainda temos muito o quê compartilhar um com o outro. – falando isso ele me puxou de lado com o braço e deu um beijo na minha bochecha me deixando corada, já que foi bem inesperado aquele gesto. Mas eu me senti bem com ele, confortável e segura. Deitei no colo macio e fechei os olhos, sentindo as suas mãos passarem calmamente pelo meu cabelo. E ficamos assim, juntos, como se fôssemos amigos de infância passando um tempo juntos. Caramba, eu conheci esse menino hoje e já estou trocando carícias com ele. Se bem que ele é um anjo e ah... quer saber? Eu não me importo. Ele não vai me fazer nada de mal e podemos ser amigos. Com aquele pensamento, eu deixei o carinho dele me levar e acabei adormecendo no seu colo mesmo.
♥   ♥   ♥
Acordei na minha cama e olhei desesperada para baixo a fim de ver se eu estava de pijama ou não. Ufa, ainda estava com a mesma roupa que usava de tarde. Ainda bem, porque se eu estivesse de pijama alguém teria que ter colocado em mim já que eu não lembro de ter colocado. Mas Liam não tiraria a minha roupa. Eu acho, né? Só lembro de braços fortes me carregando. Bom, provavelmente ele me trouxe até o quarto. Meu Deus, eu apaguei mesmo. Deveria estar cansada e não sabia. Que horas será que são agora? Fiquei curiosa e comecei a procurar meu celular loucamente. Enquanto procurava, notei que Niall já estava dormindo. Pelo jeito, já era tarde mesmo. Achei meu celular e deixei cair no chão. Mas que droga. Como eu sou estrambelhada. Peguei ele do chão e olhei as horas: 00:09. Nossa, mas já? Nem vi o tempo passar... Claro, eu estava dormindo. Foi só ver as horas e me lembrar que fazia um tempão que eu não comia que ouvi minha barriga roncar. Me levantei e coloquei minha camiseta de pijama branca com coraçõezinhos vermelhos e um short justo e vermelho também. Não tinha problema de usar algo tão justo assim. Estava todo mundo dormindo a essa hora mesmo. E eu acordaria mais cedo que todos na manhã seguinte. Ah, e se Niall me visse assim... não teria problema algum. Ele é meu amigo.
Minha barriga roncou outra vez e eu calcei minha pantufa de ursinho para ir até a cozinha fazer alguma coisa pra mim. Cheguei lá e procurei por uma pizza congelada. Muito prático de fazer. Era só ficar esperando e eu não estava com sono mesmo. Coloquei a pizza no forno e peguei um prato, garfo, faca, copo, refrigerante, mostarda e catchup, colocando tudo na mesa. Pensei em comer algo saudável e lembrei de uma banana que eu tinha visto de tarde. Achei e levei para mesa a fim de comer pra disfarçar a fome. Terminei e coloquei a casca no lixo e só então percebi que esse tempo todo alguém estava me observando. Mas que susto que eu levei. Parecia um filme de terror. Estava tudo escuro, só a fraca luz da cozinha acesa e dois olhos brilhando que vinham da sala. E eles olhavam diretamente pra mim. Nunca vi tanto desejo em olhos antes. Nunca na minha vida. Nem mesmo em John. E olha que ele era bem tarado. Esses olhos começaram a se aproximar e deram origem a um rosto e um corpo. Putz, aquele moreno do celular. E, caramba, pausa para observar aquele corpo escultural. Ele usava só uma regata e uma calça de abrigo. E me encarava fria e sedutoramente. Seu topete estava mais para cima do que o primeiro dia em que o vi. Ele começou a se aproximar e eu continuei sentada, estática, sem conseguir mover um músculo sequer.
- Desculpa, eu estava aqui observando você comer. Será que pode repetir aqueles movimentos em outro lugar? – e olhou para baixo, observando a sua enorme – ênfase, muita ênfase no enorme- ereção. Eu fiquei completamente sem palavras. Esqueci todas que existiam no meu extenso vocabulário. Quem era aquele deus grego que fez com que eu pensasse em coisas extremamente sujas somente com aquelas palavras? Eu queria sair daquela cadeira e ir em direção a ele e fazer coisas que nunca faria em meu estado normal. Só que eu ainda estava paralisada com aquelas palavras. Nem John tinha falado desse jeito comigo antes. Enquanto pensava, Zayn foi se aproximando cada vez mais, vagarosamente. Ele fazia questão de andar devagar, apenas para afetar ainda mais os meus hormônios que já estavam à flor da pele. Quando ele chegou perto suficiente para que eu conseguisse esticar a mão e tocar a sua ereção – coisa que eu não fiz, pois ainda estava sem movimento -, desceu seu corpo ficando no meu colo. Puta que pariu, agora eu perdi completamente todo o fio de sanidade que ainda me sobrava. Seu pênis encostou em minha intimidade, me levando a beira da loucura:
- Caralho! – sussurrei baixinho. Eu não pretendia que Zayn escutasse, mas escutou. Infelizmente.
- Não fala assim comigo, se você não quiser piorar meu estado. Eu estou a ponto de gozar. Você não imagina as loucuras que estão passando pela minha mente nesse momento. Todas as coisas que poderíamos fazer em cima dessa mesa mesmo. – Eu nem havia percebido, mas estava segurando a minha respiração esse tempo todo. Soltei pesadamente em um longo gemido. Ele nem sabia o quanto eu estava pirando com aquelas palavras. Mas eu mal conhecia Zayn e... foda-se. Ele chegou me provocando. Agora ele vai ver.
- Eu prefiro ficar em cima. – sussurrei no ouvido dele. Eu também sei provocar. Foi só eu pronunciar essas palavras que Zayn se levantou e me puxou pela cintura fazendo com que eu circulasse o quadril dele com as minhas pernas, sentindo ainda mais a sua ereção. Sentou em cima da mesa de jantar comigo por cima. Afastou o cabelo da minha orelha e chegou mais perto para falar:
- Jasmine Monroe, certo? – eu confirmei com a cabeça. – Já te falaram o quanto você é gostosa? – desceu as mãos pelas minhas coxas e as apertou. Esse menino estava me fazendo perder a linha.
- Zayn Malik, certo? – ele assentiu. – Já te falaram o quanto você é safado? – olhou para mim e mordeu os lábios bem lentamente.
- Isso já falaram. Inclusive, minha namorada vive repetindo isso pra mim. – Foi aí que eu me lembrei que ele havia dito que tinha namorada. Me lembro de encontrar ele com o celular e ele falar algo do tipo: “Estou trocando mensagens com a minha namorada.” Como eu pude esquecer disso? E como ele pôde ser tão safado a ponto de trair a própria namorada? Mas eu não vou ser o brinquedinho dele. Ah, não vou mesmo. Resolvi brincar só mais um pouquinho. Rocei a minha intimidade no seu pênis duro e senti ele se controlando ainda mais pra não acabar comigo ali mesmo. Dei um sorriso malévolo e pulei do colo dele para o chão.
- Idiota. Acha mesmo que eu vou servir como seu brinquedinho sexual? Vai arrumar outra para fazer esse serviço para você. – eu disse explodindo toda a minha raiva.
- E o que eu vou fazer com isso? – perguntou, apontando para a ereção que se encontrava do mesmo jeito que antes.
- Banheiro existe para isso, meu querido. – respondi irônica. Ele olhou desesperado pra mim, mas eu não ia fazer nada por ele. Dane-se. Ele me provocou sabendo que tinha uma namorada. Eu me esqueci. Mas agora que ele me lembrou disso e ainda esfregou na minha cara, mais nada vai acontecer entre nós. NADA.
Zayn percebeu que eu não ia fazer nada por ele. Teria que resolver aquilo sozinho. Então, ele foi até o banheiro para se aliviar. Bem-feito. Eu teria dado um tapa nele ali mesmo, quando ele disse que tinha namorada, mas ele poderia ficar ainda mais excitado com o tapa, pensando que fazia parte da nossa brincadeira. Então, decidi que tapa era uma péssima opção.
A pizza demorou a ficar pronta e exatamente no momento em que coloquei na mesa, Zayn voltou do banheiro.
- Por que voltou? Não teria sido melhor ir dormir? – perguntei irritada com a sua presença inútil.
- Estou sem sono. Você me deixou assim. – respondeu.
- Afinal, por que veio até a cozinha? – perguntei.
- Senti sede. Só que eu vim tomar uma água e vi uma bela visão. Não consegui resistir e fiquei te observando.
- Como se ver eu comendo banana fosse uma bela visão. – respondi, sendo irônica novamente.
- Você não sabe o quanto. – e sorriu malicioso. Resolvi deixar esse assunto quieto e comecei a comer minha pizza. Já tinha esquecido de como estava com fome. Comi uma fatia inteira e Zayn só me observava. Aquilo já estava me deixando um pouco irritada. Odeio que me observem enquanto eu como. Principalmente o Zayn, com quem eu quase tive uma relação sexual há apenas alguns minutos atrás.
- Quer parar de me olhar? – eu perguntei.
- Não, eu olho para onde eu quiser. – respondeu sendo ignorante.
- Mas isso está me incomodando. – falei enquanto pegava o pote de ketchup e apertava com força, largando toda a minha raiva naquele pobre pote. Eu não deveria ter feito aquilo porque voou ketchup para mim. Justamente no meu pescoço. Zayn olhou para lá e murmurou:
- Você sabe que eu posso limpar isso pra você. – malicioso como é, tinha que se aproveitar desse momento. Não aguentei e resolvi me vingar. Usei o pote de ketchup que ainda se encontrava na minha mão e apertei mirando na direção dele. Foi parar exatamente no meio das suas pernas. Por que lá, meu Deus? Por quê?
- Ops, foi mal. Eu até limparia isso pra você. Mas, sabe, você tem namorada e isso não seria nada legal... – falei tentando soar o mais malvada possível.
- Sua louca. Agora eu vou ter que ficar só de cueca, satisfeita? – Droga. Eu não tinha pensado nisso. Agora vou ter que me concentrar na comida com um Zayn de cueca e regata na minha frente. Por que eu não penso antes de fazer as coisas?
Aproveitei para limpar aquela mancha de ketchup que ainda estava no meu pescoço. Desviei o olhar de Zayn para não ter que vê-lo fazendo um strip-tease particular pra mim. Encontrei os guardanapos e peguei um, passando no meu pescoço e tentando ignorar Zayn me olhando. Só que eu não consegui. Meu olhar encontrou o dele. E foi abaixando cada vez mais até chegar na parte crucial. Eu não deveria, mas fiquei encarando o membro dele.
- Foi você que não quis. Eu não tenho culpa. – Zayn falou e eu desviei meu olhar rapidamente daquela parte do corpo dele, me sentindo corada. Me abanei com as mãos, sentindo um calor subir pelo meu corpo. – O que foi? Ficou com calor, é? – começou a me provocar de novo.
- É-é, essa pizza que tá muito quente. Cala a boca e me deixa comer, Zayn. – me virei para o meu prato e continuei comendo pizza e ouvi Zayn falar bem baixinho. Seria inaudível se eu não tivesse um bom ouvido.
- Você que não me deixa te comer. – fiquei bem quieta depois daquela frase, fingindo que não tinha escutado. Seria melhor assim.
Zayn ficou me observando o tempo todo enquanto eu comia e aquilo estava me deixando incomodada, então tratei de comer mais rápido para sair daquela tensão logo. Terminei e coloquei tudo na pia. Me virei, mas braços me prenderam no balcão. Bufei porque já não aguentava mais toda essa pressão de Zayn.
- O que você quer agora? – perguntei.
- Só pedir desculpas. Não deveria ter agido daquela maneira com você. É que seu corpo me deixa louco. – ele falou essa última parte mais baixo que as outras. – Mas eu tenho namorada e eu e você mal nos conhecemos. Não sei o que deu em mim.
- Tá bom, Zayn. Desculpado. Mas nós podemos nos conhecer melhor. Podemos esquecer tudo que aconteceu essa madrugada. Porque viramos outras pessoas quando a meia-noite chega. Nos falamos melhor amanhã. – me livrei dos seus braços e caminhei em direção à escada.

Cheguei em meu quarto com sono novamente. Como pode uma pessoa sentir tanto sono? Bocejei longamente enquanto entrava no quarto. Encontrei a minha cama no escuro e deitei. As palavras de Zayn não saiam da minha mente. Eu nunca me comportei daquele jeito com alguém que eu não conhecia direito. Zayn tinha algo que me transformava em outra pessoa. Mas eu não poderia ser essa pessoa com alguém comprometido, poderia? Não, não poderia. Enquanto Zayn estivesse namorando, coisas desse tipo que quase fizemos essa noite não deveriam acontecer e nem passar pela minha cabeça. Poderíamos ser amigos. Como eu sou amiga do Niall, do Harry e do Liam. Até seria amiga do Louis se ele não fosse tão irritante e soubesse como me tirar do sério. Ele também sabia como seduzir, mas isso não vem ao caso. 5 garotos? Só 1 solução. Não deveria me apaixonar por nenhum deles. Porque só eu sei como isso acaba mal. 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Fanfic nova - Talk Dirty To Me

Então, como todos sabem, ou nobody knows asuhasuaha, eu tenho uma outra fanfic no anime spirit com uma amiga minha. Só que ela é bem diferente da Diamond. Não sei se vcs vão gostar (n sei se alguém lê esse blog), mas se passa atualmente e os minos são bem safados. A fanfic é de putaria e... Ah, melhor colocar a sinopse aqui pra vcs entenderem.
Sinopse:
Estive em várias partes do mundo, não falo nenhum idioma
Mas sua bunda não precisa de explicação
Tudo o que eu realmente preciso entender é quando você
Fala indecentemente comigo


Lauren Mayhew é uma brasileira que morou a sua vida inteira em Porto Alegre sonhando com o dia em que conheceria seus ídolos. Aqueles 5 garotos gostosos e safados que fazem todas as meninas terem orgasmos. One Direction estava espalhado por todo o quarto da garota em pôsteres. Ela era obcecada por eles. Sempre foi. Mas agora está em Londres e tem a chance de conhece-los por meio de um emprego... como professora de português. Mas ela vai fazer muito mais do que só ensinar a sua língua pra eles. Ela vai usar a sua língua neles e realizar as fantasias mais loucas do seu ser. As mais picantes, safadas e pornográficas possíveis. Essa menina tem a mente completamente suja e insana. E adora quando os meninos falam sacanagem pra ela... em português.

E aí, vão querer que eu poste? 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Capítulo 7 - Audição com jurados


Jasmine’s POV
Logo alguns holofotes foram sendo dirigidos a mim, deixando a minha visão muito iluminada. Tive que esperar um tempo até me acostumar, pois estava praticamente no escuro há poucos minutos. Quando voltei a enxergar normalmente, localizei a bancada de jurados e logo vi Louis Walsh, Nicole Scherzinger e... Simon Cowell. Um arrepio de medo passou pela base da minha coluna, mas continuei caminhando até o centro do palco de onde pude enxergar a plateia. Todos me encaravam. Eu teria que aguentar toda essa pressão, então usei a minha técnica de relaxamento. Contei até 10 mentalmente e respirei fundo enquanto Simon perguntava qual era o meu nome.
- Boa tarde a todos! Meu nome é Jasmine. – sorri levemente, tentando aliviar a tensão e tirar um pouco do peso das minhas costas.
- Prazer te conhecer, Jasmine! Tens que idade? – Simon perguntou. Parece que era só ele que falava com os participantes.
- 17 anos a partir de hoje! – abri mais ainda o meu sorriso.
- Sério? Feliz aniversário, então. E já terminou o ensino médio? – Simon perguntou.
- Obrigada e sim... Já terminei.
- Ótimo. E por que resolveu vir cantar aqui?
- Porque eu sempre tive o sonho de cantar, principalmente aqui nesse programa maravilhoso que é o The X-Factor. – Simon sorriu.
- Pode começar, então. – fez um gesto com a mão, dizendo: - O palco é todo seu. – Agora era a hora. A hora que eu esperei durante toda a minha vida. Eu sonhei com esse momento. Ensaiei muito. Eu preciso me sair bem. Respirei fundo novamente e comecei o trecho da música do Bruno Mars (http://www.youtube.com/watch?v=W3hTC1WMxts)
Como não podemos cantar a música inteira na primeira audição, terminei o primeiro refrão e parei. Nicole estava com um sorriso no rosto, Simon e Louis estavam com as caras sérias. Me assustei um pouco, esperando que alguém falasse alguma coisa. Até que Simon disse:
- Nossa. Foi realmente bom. Você tem outra música que queira nos mostrar? – Simon perguntou. Me senti feliz por ele ter perguntado porque a outra música precisava de teclado e eu sabia tocar. Poderia impressioná-los ainda mais.
- Sim. Tem, sim. Só que essa precisa de acompanhamento em um teclado ou piano. – eu olhei diretamente para o Simon como se estivesse suplicando por alguma coisa.
- Ah, claro. Nós temos um teclado... Dermot, pode pegá-lo para nós? – Simon pediu ao apresentador do programa. Ele afirmou com a cabeça e passou pelo corredor escuro até voltar com um teclado. Colocou-o no meio do palco e trouxe uma cadeira também. Eu sorri, agradecendo e sentei.
- Pode começar, minha querida. Estamos curiosos para vê-la tocar. – Me surpreendi com Nicole falando pela primeira vez. Me concentrei, lembrando da letra da música e comecei a tocar calmamente (http://www.youtube.com/watch?v=VQ4LAxfu9AU)
Do you ever feel
Like a plastic bag
Drifting through the wind
Wanting to start again

Do you ever feel
Feel so paper-thin
Like a house of cards
One blow from caving in

Do you ever feel
Already buried deep
Six feet under
Screams but no one seems to hear a thing

Do you know that there's
Still a chance for you
'Cause there's a spark in you
You just gotta

Ignite the light
And let it shine
Just own the night
Like the Fourth of July
'Cause baby, you're a firework
Come on show 'em what you're worth
Make 'em go, "Aah, aah, aah"
As you shoot across the sky

‘Cause baby, you're a firework
Come on let your colors burst
Make 'em go, "Aah, aah, aah"
You're gonna leave them all in awe, awe, awe

Quando levantei os olhos do teclado, não acreditei no que via. Todas as pessoas da plateia se levantaram e aplaudiram de pé, inclusive o Simon. O Simon. Simon Cowell me aplaudindo de pé. Meus olhos se encheram de lágrimas. Fiquei muita agradecida. Levantei e fiz uma reverência com um sorriso que não queria sair do meu rosto. As lágrimas começaram a cair enquanto os jurados falavam.
- Você mostrou que sabe cantar e tocar teclado maravilhosamente bem. Com certeza, por mim, vai para a fase do bootcamp. – Louis Walsh falou.
- Me impressionei com você desde que entrou aqui. – Nicole falou e eu me lembrei das palavras do Harry. – É realmente uma menina linda e canta muito bem para 17 anos. Por mim, está dentro também.
- Não preciso nem falar nada. Levantou toda a plateia e emocionou a todos nós. Você continua, garota. – Simon falou para a minha alegria. Eu explodi em lágrimas e disse apenas um “obrigada” fraquinho ao microfone, porque não conseguia pronunciar mais nada. Saí correndo dali, louca para contar tudo ao Harry. Pera, pro Harry? Por que eu pensei nele nesse momento? Eu tenho que contar tudo para os meus pais, isso sim. Enquanto passava pelo corredor, o próximo candidato estava seguindo para o palco. Ali estava um pouco escuro, mas deu para ver que era um garoto e ele me olhou sussurrando:
- Adorei a sua voz. E o acompanhamento também. – sorriu e eu fiquei meio tonta porque a sua voz era grave. Uma voz de homem. Reparei que ele tinha uma franja para o lado, como o menino grosseiro da sala de espera, mas a cor era diferente. Era de um castanho meio loiro e seus olhos eram cor de avelã. “Pronto, outro menino bonito nesse programa.” Resolvi agradecer e passei por ele. O garoto fez questão de que seu braço encostasse levemente no meu enquanto caminhávamos para lados opostos. Um calafrio percorreu o meu corpo, mas eu resolvi ignorar. Finalmente cheguei àquela sala minúscula e já estava me sufocando por causa do calor que fazia lá dentro. Por incrível que pareça, (ou não) Harry estava me esperando sentado na mesma cadeira que antes. Quando me enxergou, deu um pulo da cadeira e veio correndo até mim:
-E aí? Como foi? Ah, nem precisa dizer nada. Aposto que passou para a próxima fase só de entrar lá e mostrar toda essa beleza.
- Não, Harry. Também não precisa exagerar. Eu tive que cantar duas músicas e tocar teclado para conseguir impressionar.
- Tocar teclado? Não sabia que você tocava também. Toca outras coisas?
- É, sim, eu toco... – parei de falar quando olhei para ele e percebi o sorriso malicioso. Não acredito que ele me perguntou isso. Dei um tapa fraquinho no seu ombro e comecei a rir. – Idiota... Vai arrumar outra pessoa para encher.
- Não. Agora eu só quero você. – e colocou o seu braço ao redor da minha cintura, me puxando em direção ao portão. Sua pegada era forte e... “Ah, cala a boca, cérebro”. Coloquei o meu braço no seu ombro, o que foi meio difícil por ele ser mais alto que eu. Fomos andando assim até a saída e estava muito melhor o clima lá. Até parece que a tensão sumiu. Chegamos à calçada e havia algumas pessoas saindo de lá também. Lembrei que deveria ligar para meu pai vir me buscar e disquei o número de casa no meu celular.
- Alô. – era a voz do papai. Eu conhecia essa voz. Mas estava completamente chorosa.
- Pai, o que foi? Estava chorando?- houve uma pausa do outro lado da linha e a voz de papai voltou ao normal.
- Não. Está tudo bem. Já acabaram as audições?
- Sim. Você poderia vir me buscar?
- Ah, infelizmente eu não posso, minha filha. O médico disse que sua mãe não pode ficar nem um minuto sozinha.
- Verdade? Ah, mas é grave?
-Depois falamos sobre isso melhor. Seria bom se você conseguisse uma carona. – olhei de relance para o Harry que escutava a conversa atentamente.
- É, sim, vou tentar. Beijos, pai, fica bem.
- Okay. Te vejo daqui a pouco e você me conta o resultado da audição.
- E você me conta o resultado do exame médico. – desliguei o celular e olhei um pouco abalada para o Harry.
- Quê exame médico? – Harry me perguntou e eu pensei se deveria contar pra ele.
- Se você puder me dar uma carona, eu te conto tudo que quiser saber. – logo que acabei de falar isso, percebi Harry sorrindo como nunca.
- Claro, seria um prazer dar carona para você.
- Então... Cadê seu carro? – perguntei.
- Por aqui. – segurou na minha mão e por um momento eu fiquei nervosa, mas me lembrei que Harry era só meu amigo e então deixei-o me levar.
Quando chegamos à esquina, Harry tirou uma chave de carro do bolso e apontou para um carro preto estacionado. Abriu a porta para mim e caminhou até a porta do motorista.
- Esse carro é seu? – perguntei, me dando conta que não tinha perguntado a idade dele. Será que ele já podia dirigir?
- Sim. Eu ganhei esse ano de aniversário.
- Atá, então você já tem 16 anos?
- Claro, meu amor.
- Ai, Harry, não me chama de “meu amor”. Odeio quando me chamam assim. – e eu odiava mesmo, porque o meu ex-namorado me chamava assim.
- Tá bom. Minha gostosa. Melhorou?
- Isso, assim tá melh... Não, pera. O quê você disse? – aí que eu olhei pro rosto dele e percebi aquela cara de safado. Não me contive e dei um tapão na sua coxa. Quê assanhamento era aquele?
- Nossa, mas você adora me bater, né? – ele disse, esfregando a coxa com as mãos. – Bate em outros momentos também?
- Ai, cala boca, Harry. – e comecei a rir. – Só você pra me fazer rir num momento como esse, né?
- Sim, só eu. Mas me conta... O que você tava falando com o seu pai? Parecia algo importante e você tava com uma carinha tão triste.
- É que... – Ah, eu nem queria me lembrar disso. Por que o Harry me fez lembrar? – Ela anda doente nesses últimos dias e não tem como negar que é algo grave.
- E você vai ficar sabendo o resultado do exame agora, quando chegar em casa?
- Sim, o médico foi até lá em casa hoje de tarde porque minha mãe não tem condições nem de sair da cama. – comecei a olhar para o chão tentando segurar as lágrimas. - Tudo que eu sempre pedi na minha vida foi saúde para a minha família e que os meus pais vivessem por muito tempo. Agora minha mãe fica doente e... Eu ainda vou deixar ela para seguir meus sonhos. Eu sou uma pessoa extremamente egoísta. – disse, colocando as mãos no rosto, me envergonhando. Nesse momento, senti o carro parar e uma mão me puxando para um abraço.
- Tenho certeza que você não é egoísta. Eu sei que acabei de te conhecer, mas eu sinto que você é uma pessoa incrível, Jas. – “ele já estava me chamando pelo apelido?”. – E acho que sua mãe deve estar orgulhosa de ter uma filha como você. – segurei nos cachos do Harry e agradeci por me ajudar com aquelas palavras. Sequei algumas lágrimas que escorriam pelo meu rosto e me afastei dele para poder olhar em seu rosto.
Harry’s POV
E naquele momento eu senti uma vontade imensa de beijá-la ali mesmo naquele carro e fazer ela se sentir a pessoa mais especial do mundo. Mas eu acabei de conhecê-la e Jasmine não parece aquelas garotas que dão pro cara na primeira oportunidade.
- É... eu te falei onde é a minha casa? Pode voltar a dirigir porque não chegamos lá ainda. – ela falou, tentando acabar com a tensão que ficou no ar, mas eu percebi que estava nervosa porque ela corou levemente. Então, Jas me explicou calmamente onde ficava a sua casa e eu dirigi até lá. Durante todo o trajeto, não falamos mais nada. Quando chegamos, eu percebi que era uma casa simples e bonita de 2 andares. Ela olhou para mim com um rostinho preocupado. Dei um sorrisão e levantei as duas sobrancelhas, falando:
- Então, a gente se vê na fase do bootcamp, minha cantora favorita. – Ela riu da minha cara e foi abrindo a porta. Segurei no seu braço e ela se virou. – Ei, não tá esquecendo de nada?
- O quê? – me inclinei até ela e deixei um beijo muito perto da sua boca e ela me olhou intrigada.
- Isso... Agora, pode ir. – e então ela abriu a porta e desceu, me deixando com a maior vontade de ir atrás dela e dar algo muito maior do que um simples beijinho.
Jasmine’s POV
Entrei em casa e logo fui sentindo o cheiro de comida. Papai devia estar preparando alguma coisa para minha mãe. Fui até a cozinha e encontrei ele de avental fazendo, aparentemente, uma massa ao molho de quatro queijos que eu identifiquei pelo aroma. Abracei-o por trás e ele se virou para me dar um beijo na testa:
- E aí? Passou? – papai já foi logo me perguntando.
- Não... – Tentei enganá-lo, fazendo uma cara triste, mas não deu certo porque logo eu comecei a sorrir.
- Ah, não tente me enganar, Jas. Aposto que você conseguiu.
- Siiiiiiiiiim. – e me atirei no abraço dele.
- Que bom, minha filha. Fico muito orgulhoso de você. Sua mãe está louca para saber a resposta dos jurados, então, se eu fosse você, subia agora para o quarto.
- Okay. Mas, antes, pode me falar o quê mamãe tem? – perguntei, deixando ele um pouco sério.
- É... o médico ainda não sabe ao certo porque ele vai precisar de mais do que um simples exame em casa para ter o resultado.
- Tá, mas é grave? – perguntei, implorando por uma resposta.
- Não, não. Ele nos deixou tranquilo. Disse que com a ajuda de um tratamento médico, ela consegue melhorar em alguns poucos meses. – mas, mesmo assim, papai não tirava aquela expressão séria do rosto.
- Que bom, então. Espero que ela fique boa logo e consiga me ver cantar. – e sorri. Saí correndo dali, louca para encontrar mamãe e contar tudo pra ela. Cheguei ofegante ao final da escada e abri a porta devagar, caso ela estivesse dormindo. Mas não estava. Parecia até que me esperava. Quando entrei, corri até a cama e me atirei ao lado dela.
- Qual o motivo dessa alegria toda, minha menininha? – mamãe me perguntou olhando em meus olhos.
- Adivinha... – nem dei muito tempo para ela pensar. – Eu passei para a próxima fase! YEAH! – e levantei um dos braços em um movimento de comemoração. Mamãe começou a rir e me puxou para um abraço apertado.
- Eu sabia que você conseguiria. Agora vai lá e ganha aquela competição por mim. – nos afastamos e ficamos nos encarando por um momento.
- Claro, mamãe. Tudo por você. – e beijei seu rosto. – Já tá se sentindo melhor?
- Sim, muito melhor. Agora estou morrendo de fome e seu pai tá demorando com aquela massa.
- Acho que vou lá ajudar ele, então. Aquele lerdo não sabe nem fazer uma massa. – e nós duas caímos na gargalhada.
- Vai lá, meu amor. – sorri para ela antes de caminhar até a porta e descer até a cozinha.
- E aí, pai? Essa janta sai ou não sai? – perguntei, brincando com ele.
- Já tá quase pronta. – falou, se atrapalhando todo com as colheres e os temperos.
- Claro. – e comecei a ajuda-lo. – Admita, pai. Você não consegue nem fazer uma massa sem a ajuda da sua filhota. – e ele riu.
- É verdade. Eu não consigo viver sem esse anjo na minha vida. Não sei como vou fazer tendo que cozinhar todos os dias para a sua mãe quando você não estiver aqui.
- Vai ter que pedir pizza todo dia. Só não vai engordar, né, pai? – brinquei dando um tapinha na sua barriga.
- Que nada. Eu nunca engordo. – e deu um sorriso pretensioso.
- Tá, agora vamos terminar logo com essa massa que mamãe está com fome.
Quando estava tudo pronto, fomos até lá em cima para ajudar mamãe a descer as escadas e jantar lá embaixo como sempre foi. “Já disse que eu tenho a melhor família do mundo?” Sentamos todos ao redor da mesa redonda no centro da cozinha e começamos a conversar sobre vários assuntos enquanto comíamos.
- Até que ficou boa essa massa, papai. – e comecei a rir. – Só porque eu te ajudei.
- Viu como é essa guria? Só porque passou num programa famoso agora tá se achando toda. – meu pai falando olhando para mamãe que permaneceu um pouco séria durante todo o jantar.
- Quê foi, mãe? Por que essa cara? Não está feliz que sua doença tem cura? – eu perguntei.
- É, sim, claro que sim, Jas. Só estava com o pensamento longe. Então, nos conte tudo o que aconteceu por lá.
E assim eu contei tudo, tirando a parte do Harry, do Louis, do Zayn, do garoto misterioso do corredor e daquele fofo que não parava de rir. Mas nenhum deles saía da minha cabeça.
♥   ♥   ♥
Minhas malas já estavam prontas e eu só estava esperando o papai descer para irmos até o lugar que estava na carta. Pois é, veio uma carta dizendo o endereço para a fase do bootcamp. Pelo que eu ouvi falar do programa, nessa fase eles separam as pessoas em grupos e cada grupo fica em uma casa diferente pra se conhecer melhor. Era dividido em garotos, garotas, maiores de 28 e grupos.
Meu pai veio descendo a escada correndo e seguiu até a porta para abri-la. Eu já tinha me despedido da mamãe, mas foi uma despedida bem dramática. Ela me deu vários conselhos e advertências e eu quase chorei por estar me afastando dela por um tempo. Finalmente, papai conseguiu abrir a porta e eu passei por ele indo em direção ao carro.
- E aí? Ansiosa? – papai perguntou enquanto apertava o botão para as portas do carro abrirem.
- Muito. – na verdade, eu estava mais nervosa. Por ver o Harry de novo. Mas não quis comentar sobre isso.
Entramos no carro e eu li de novo o endereço para papai se situar. Ficamos conversando sobre o reality show durante todo o caminho. Sobre como sempre foi o meu sonho, desde pequenininha, ir para o X-Factor. E agora esse sonho estava se tornando realidade.  Simplesmente não conseguia acreditar. E enquanto conversávamos animadamente, o carro parou e percebi que havíamos chegado a um lugar um pouco afastado da cidade e que ao fundo do local havia uma casa moderna branca e com janelas de vidro. Era incrivelmente bonita. Fiquei um tempo olhando para a casa, um pouco maravilhada com tudo aquilo. Olhei para o papai e ele me olhava com a mesma cara.
- Bom, então parece que é aqui que nos despedimos. – sorriu e me puxou para um abraço bem apertado.
- Tá, acho que deu. Já tá me sufocando, pai. – ele me soltou e eu comecei a rir um pouco sem fôlego. Ele beijou minha testa e pediu que eu me cuidasse muito bem e arrasasse. Eu respondi com um “claro” confiante e saí do carro em direção a casa, levando as minhas malas.
Aquela confiança toda foi se dissipando enquanto eu andava e foi por água abaixo quando eu abri a porta de vidro e todos olharam para mim. Inclusive Harry, Louis, Zayn, o garoto do corredor e o loirinho. Desviei o olhar de todos eles e concentrei só em Harry, pedindo com o olhar para que ele viesse me ajudar. Havia umas 20 meninas naquela sala e mais meninos ainda. E o homem gay falava alguma coisa que eu não estava prestando atenção. Harry veio até mim e me deu um abraço sufocante (credo, as pessoas tem que parar de tentar me matar com esses abraços). Então, ele pegou as minhas malas e levou até um canto onde estavam várias malas. Veio até o meu lado e ficou parado ali enquanto tentávamos escutar o que o cabelo-rosa-choque dizia. Não sei se Harry estava fazendo de propósito, mas sua mão encostava suavemente na minha. Decidi ignorar aquilo e prestar atenção em outras coisas, como a decoração. Não, mentira. Prestei atenção nos garotos mesmo. Aquele idiota do Louis não parava de me encarar friamente do outro lado da sala. Zayn estava perto do local das malas, enquanto olhava fixamente para o celular. Encontrei o garoto do corredor e o loiro também. Ótimo, todos os garotos que mexeram comigo de alguma forma estão aqui. “Obrigado, Deus, por toda essa tentação.” Concentre-se, Jasmine. Pensei comigo mesma e decidi prestar atenção no que o produtor falava.
- Então, como eu disse antes, não conseguimos encontrar quatro casas para vocês dessa vez. Então os garotos irão ficar na mesma casa que as garotas – alguns suspiros e reclamações atrapalharam o homem- SILÊNCIO. Odeio ser interrompido... E os maiores de 28 ficarão com os grupos em outra casa. Vocês todos vão ficar nessa casa aqui, se conhecendo melhor por um tempo e se preparando para a apresentação que tem para frente. Não se esqueçam que de todos vocês, inclusive os grupos e acima de 28, sobrarão apenas 24 para a próxima fase. Boa sorte. Ah, e esqueci de comentar que no corredor principal da casa há uma folha colada com os nomes das pessoas que ficarão nos mesmos quartos. Vocês dormirão em duplas e infelizmente, não há o mesmo número de meninos e meninas. Então, tivemos que juntar alguns meninos com algumas meninas, mas vocês certamente não irão se incomodar. Passar bem e aproveitem. – e saiu dali rebolando com sua bolsinha pendurada no ombro. “Bichona”. Tentei não falar aquilo alto e olhei para o Harry esperando que ele dissesse o que iríamos fazer. Ele me olhou com uma cara de sem-vergonha e disse:
- Vamos lá olhar a listinha dos dormitórios. – pela cara dele, dava para saber o que pensava. Ele estava torcendo para que ficasse no mesmo quarto que eu. E eu estava torcendo justamente o contrário. Eu rezava para que tivesse ficado em um quarto com alguma guria. Poderia ser um capeta, mas desde que fosse uma guria. Fomos caminhando lentamente até o corredor principal que já estava atolado de gente. Esperei algumas pessoas saírem e desocuparem o espaço e apertei meus olhos para enxergar meu nome. “Jasmine e Niall – Quarto 208”.
- Niall? Quem é Niall? – levantei minha voz para que todos os que estavam no corredor me ouvissem. E, para minha alegria (só que não), um loiro se pronunciou.

- Sou eu. – disse o loirinho bonitinho que era amigo daquele Louis. “Obrigado, Deus, mais uma vez”.